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domingo, 18 de maio de 2014

Passeio pela Bélgica

Demorou mas chegou! Vou contar sobre o passeio que demos pelo sul da Bélgica no final de abril. Tive uma semana de folga e fui com o marido, a sogra e o sobrinho passar cinco dias lindos lá. Levamos nossos bebezinhos lindos e a gatinha da sogra também. Alugamos uma casa num site específico pra alugar casas no sul do país, a casa era tão grande que foi até uma pena não ter passado mais tempo lá. Tinha até sauna! Os gatos que se esbaldaram, tinham espaço pra correr e brincar, foi uma delícia. 
Os três preparados pra mais uma aventura
Viajar com eles foi tranquilo, foram mais de três horas dentro do carro, na primeira meia hora eles miaram como se não houvesse amanhã, daí foram acostumando e dormiram o resto do tempo. O primeiro dia na casa também foi meio estressante pra eles, tantos cheiros e barulho que eles não estão acostumados. Mas no segundo dia eles já estavam agindo como se a casa fosse deles. Na volta foi a mesma coisa, miaram por alguns minutos e depois dormiram. Quando chegamos em casa eles imediatamente agiram como se nada tivesse acontecido, como se nunca tivessem saído de casa.
Pra quem tinha alguma duvida de que Loena e Midas são irmãos
País diferente, casa diferente, cama diferente, mas os hábitos são sempre os mesmos
Vista da casa que ficamos
Quem acompanha esse blog há alguns anos deve se lembrar que em 2010 eu fiz uma série de posts sobre as férias que passei viajando pela Bélgica. Quem tiver interesse é só procurar no mês de setembro a série de 3 posts chamada "Férias - Bélgica de Norte à Sul em 2 semanas". Lá eu contei com maiores detalhes sobre todas as cidades que visitamos. Dessa vez só visitamos cidades na região de La Roche en Ardennes, onde ficamos hospedados. Vamos por dias:

Segunda:
Chegamos na casa por volta das 16h já e achamos melhor não deixar os gatos sozinhos logo de cara. Então fomos fazer janta, experimentar a sauna e relaxar. Enquanto isso os gatos passaram a noite inteirinha zanzando pela casa, não dormiram um segundo sequer. Acho que foi emoção demais pra um dia só. 

Terça:
Nesse dia fizemos um passeio que seria legal pro sobrinho que tem 10 anos. Então fomos visitar a gruta de Han. O marido e eu já fomos nessa gruta em 2010, na verdade a gente queria ir em outra, a gruta de Hotton, já que o sul da Bélgica tem várias grutas. Mas a gruta da Han também tem um safari com animais selvagens da Europa, por isso achamos que seria mais legal pro sobrinho poder fazer os dois passeios. A gente também não tinha visitado o safari na vez que fomos à gruta. Passamos o dia todo andando dentro da gruta e vendo animais lindos no safari, eu vi ursos marrons pela primeira vez na vida!!! Fiquei toda babando...

Quarta:
Esse dia acordamos cedo e fomos à cidade de Bouillon, onde também já tínhamos visitado na primeira vez que passeamos pela Bélgica. Mas a fortaleza é tão linda e a vista é tão maravilhosa que valeu a pena ir novamente. Fora que o sobrinho adorou ver o show de aves de rapina que acontece diariamente lá. 
Vista do topo da fortaleza de Bouillon
 

De lá nos dirigimos ao Euro Space Center na cidade de Redu. No guia turístico que temos da Bélgica tem fotos lidas do local e eles falam que é um lugar super legal pra crianças que têm interesse em coisas relacionadas à exploração espacial. Mas a verdade é que o local é um cocozão gigante. A gente paga pra entrar, eles dizem que você vai poder fazer uma simulação de como é andar na lua, depois faz uma tour sobre a históra da ESA - European Space Agency - e por ultimo pode ver modelos, miniaturas e até partes reais de satélites e foguetes que estiveram no espaço. Soa maravilhoso né? Puro engano! O tal do moonwalk é uma cadeirinha presa à um elástico que faz a gente ficar pulando, coisa de parquinho de cidade do interior. O tour sobre a história da ESA são vários videos com uns carinhas falando sobre as coisas que a ESA desenvolve, mas não vemos nada além desses filmes. E os modelos, miniaturas e partes reais devem estar lá desde os anos 80. Tudo velho, outdated e sem inspiração. As crianças estavam entediadas e os adultos estavam putos de ter gastado dinheiro com aquilo. Eu não recomendo pra ninguém! Aqui na Holanda também tem um Space Center que é mil vezes mais legal que esse belga.

A coisa que eles chamam de simulação da lua
De tarde fomos à cidade de Dinant, que já tínhamos visitado nas outras férias. Só que da ultima vez a gente chegou muito cedo e não deu pra subir na citadela, então só fizemos umas fotos e fomos embora. Dessa vez subimos lá, passeamos, vimos uma exposição sobre os 100 anos da Primeira Guerra Mundial e jantamos por lá mesmo. 
Do topo da citadela
Quinta:
Na quinta foi aniversário do marido, ele fez 30 aninhos!!! Ele não queria ter um dia tão cheio quanto tivemos na quarta, então resolvemos passar a manhã passeando por La Roche, visitamos as ruínas do castelo, passeamos de trenzinho turístico, fizemos umas compras. La Roche foi completamente destruída durante a Segunda Guerra e é fascinante ver como tudo foi reconstruído exatamente do jeito que era antes. Na nossa primeira viagem pela Bélgica passamos rapidamente pelo centro da cidade, mas nem descemos do carro. Na época eu também não sabia da importância da cidade durante a guerra. Depois de ver o centro todo almoçamos e fomos ao Museu da Guerra em Bastogne, que contei com detalhes no post anterior. 

Vista do topo das ruinas do castelo de La Roche
Na sexta de manhã voltamos pra casa achando que os gatos iam ficar traumatizados, mas eles agiram como se nada tivesse acontecido. Chegaram em casa, usaram a caixinha de areia, comeram e beberam água e depois dormiram praticamente o final de semana todo. Inclusive dormiram dentro do transportador deles, como se nem tivessem ficado presos ali por vários horas dentro do carro. Foi tudo muito lindo e eu continuo tendo um cantinho especial pra Bélgica dentro do meu coração...
Chegamos em casa e eles passaram o resto do dia dormindo aí dentro

terça-feira, 6 de maio de 2014

Consequências da guerra

O post de hoje é meio sério, vou falar sobre a Segunda Guerra Mundial. Não vou falar em termos históricos pois isso vocês ou já sabem ou podem ir pesquisar em meios bem mais confiáveis que eu. Vou falar de uma experiência que tive semana passada e como isso mexeu comigo. Então, se você for sensível ao assunto ou não tem interesse nisso, talvez esse post não seja ideal. 

Como eu contei no ultimo post, semana passada fui passar uns dias no sul da Bélgica. Levamos os gatinhos e tudo mais. Foi muito legal e muito lindo, o próximo post será sobre isso. Fizemos muitas coisas lá e a maioria envolvia história de alguma forma. Visitamos uma gruta (que eu considero história do planeta Terra), passeamos por castelos e fortes (que são a história de alguns séculos atrás da humanidade) e visitamos o Museu da Guerra (War Museum) na cidade de Bastogne (ou Bastenaken pros que falam holandês). Esse foi de longe o passeio que mais me deixou impressionada. Nesses 6 anos morando na Holanda eu já fui à vários museus, tanto aqui quanto em outros países. Inclusive já fui à museus baseados em guerras. Já até escrevi o museu de Ieper (também na Bélgica) que é sobre a Primeira Guerra Mundial. A experiência de Ieper foi super intensa, mas nada se compara à experiencia que tive em Bastogne.
Eu sempre fui muito sensível à questões sobre a Segunda Guerra, tanto que não consigo assistir filmes sobre o assunto, até hoje não assisti "A Lista de Schindler" pra se ter uma ideia. Toda guerra é uma merda e é sempre horrível de se ver. Mas a Segunda Guerra foi mais monstruosa do que qualquer outra. Não só pela destruição e mortes que causou, mas pelo fato de ter sido uma guerra com um alvo humano. Não era só por causa de territórios e poder, era pra dizimar qualquer pessoa que não se encontrava dentro dos padrões impostos pelos Nazistas. Tipo, quando eu vejo documentários só sobre a destruição da guerra eu não fico tão sensibilizada, mas quando eu vejo o quanto que essa guerra afetou a vida das pessoas, eu fico derrotada.

E é bem nesse aspecto que o museu de Bastogne toca, no lado humano da guerra, nas dificuldades e problemas que as pessoas passaram, mesmo as não judias. O museu conta a história de 4 pessoas: uma professora de Bastogne, um menino de 13 anos também de Bastogne, um soldado americano e um soldado alemão. A gente recebe um fone de ouvido e durante o passeio inteiro ouvimos histórias de acordo com o ponto de vista de cada um deles. O sul da Bélgica ainda estava se recuperando dos estragos feitos durante a Primeria Guerra e poucos anos depois virou alvo dos nazistas e mais uma vez foi tudo bombardeado e destruído. Por isso a cidade de Bastogne é tão importante nessa parte da história da humanidade. O museu é direcionado somente à Segunda Guerra, eles começam contando a situação que a Europa e o mundo foi deixado depois da Primeira Guerra, lembrando que tudo é contado do ponto de vista dos personagens e também por documentos, fotos e vídeos. Com o passar do passeio a história vai se direcionando pra o que aconteceu na Bélgica e mais precisamente na região de Bastogne. Tem salas que mostram vídeos em forma de cinema ou de peça de teatro. Chega um ponto em que os 4 personagens se encontram e passam 15 dias em um porão de uma loja pra se esconder dos bombardeamentos. E depois eles contam como as pessoas lidaram com a destruição pobreza deixada pelo final da guerra. No final descobrimos que esses personagens são reais e um deles ainda está vivo. 

Eu confesso que chorei algumas vezes, principalmente quando eles mostraram como as pessoas lidaram com o final da guerra, porque normalmente a gente só vê como os governos lidaram mas nunca como as pessoas lidaram. Os documentários só falam sobre a guerra de uma maneira física (o estrago que causou ao patrimônio publico) e sobre a experiência dos judeus (o que é sempre extremamente triste pra mim, mesmo eu não sendo judia). Mas eu nunca vi documentários sobre as experiências dos cidadãos não judeus. É tudo muito triste, pessoas que passaram mais de um mês sem comer, sem ver a luz do dia, fazendo suas necessidades fisiológicas nas próprias roupas, tudo pra se proteger de bombardeamento em suas cidades. Essas pessoas que tinham horário pra ir pra casa e muitos foram forçados à trabalhar nas megas construções dos nazistas. 

Foi tudo muito horrível e nenhum ser humano deveria jamais passar por uma experiencia dessas. Acho que é o maior medo que tenho na vida, passar por uma guerra. Agora ta a Russia lá fazendo merda com a Ucrânia e isso me assusta extremamente. Eu juro que se essa coisa deixar de ser farofa soviética e passar a ser uma coisa européia, eu junto minhas coisas, meus gatos e meu marido e volto pro Brasil sem pensar duas vezes. Eu acho que guerra é o pior terror no mundo, mas precisamos manter a lembrança viva pra evitar que uma atrocidade tão grande quanto a Segunda Guerra aconteça novamente. 

Desculpe se o post foi muito sombrio, mas nem tudo é lindo nesse mundo. O lado bom é que todo ano no dia 5 de maio acontecem várias festas na Holanda pra celebrar a liberdade e todo mundo se sente feliz novamente. Se algum dia você for passear pela Bélgica, eu recomendo ir à qualquer museu de guerra porque esse povo sabe muito como fazer um. Alguém já foi à um? Alguém mais se sente tão miserável vendo o quanto guerras afetam a vida das pessoas? Me conte alguma experiencia que te fez chorar ou que, ao contrário, te fez sentir mais esperança pela humanidade. E não se preocupe porque semana que vem eu volto com a parte legal das férias :D