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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

E mais um natal se foi....

Olha eu de volta! Pensaram que eu tinha abandonado o blog, né? Pois se enganaram! É que com a correria pré-natal (ficou parecendo que estou grávida, né?) sobrou pouco tempo para escrever aqui. Por falar nisso, ano que vem se você quiser fazer um carteiro feliz, não envie cartões de natal e nem deixe para encomendar seus presentes pela internet na ultima hora. É incrível a quantidade de pacotes e de cartões que eu tive que entregar nas ultimas semanas, estava trabalhando dobrado e mesmo assim tinha mais correspondência do que gente para entregar. Enfim, natal passou e ano novo está chegando e agora eu finalmente arrumei um tempinho para dar uma atenção ao meu bloguinho lindo do coração.

Deixa eu contar um pouco de como foi meu natal. Eu tinha planejado de fazer uma ceia brasileira na casa de uma amiga minha no dia 24. Só que o pai do Stefan teve um derrame e precisou passar por uma cirurgia séria, o que desestruturou a família inteira. O Stefan que foi meio que forçado a tirar alguns dias de férias antes do natal (porque ele tinha muitas horas extras no trabalho que não poderiam ser levadas para o ano que vem), acabou passando a folga dele toda resolvendo pepinos familiares. Os planos do natal foram desfeitos, inclusive o nosso jantar na casa da minha amiga e o jantar no restaurante grego no dia 25 que é tradição de família. Acabou que no dia 24 a gente foi à uma pizzaria ao lado da casa da sogra e no dia 25 a gente comeu em casa mesmo, só eu, o Stefan, a sogra e o netinho que mora com ela. Como na Holanda o dia 26 ainda é natal, a gente fez um jantar na casa do meu cunhado, que foi um desastre by the way, mas isso eu conto em outra ocasião. Enfim, o pai dele está bem e já está em casa, deu tudo certo na cirurgia e tudo não passou de um grande susto e ele até fez um grande esforço para comparecer no jantar do dia 26. 

Mas mesmo com toda confusão e mudança de planos, a melhor parte do natal desse ano foi, sem dúvida alguma, os presentes. Do maridôncio eu ganhei um mp4 player, (que não é Ipod porque eu sou super anti-Apple) e um livro de receitas do Jamie Oliver. A sogra me deu um kit para fazer sushi acompanhado de um livro de receitas e um trio de sombras da Dior.
E eu dei os dois primeiros livros da série "Crônicas de Gelo e Fogo" do George R. R. Martin para o maridôncio. Sim, esses são os livros nos quais a série Game of Thrones se baseia. Na verdade o presente é meio que pra nós dois porque eu também vou me esbaldar de ler hehe. O combinado seria que eu daria o primeiro para ele e ele me daria o segundo, mas como agora eu estou trabalhando e eu encontrei uma promoção super legal, acabei dando os dois pra ele e assim ele pôde me dar outras cositas, né? Agora é esperar mais alguns meses até a gente poder comprar os próximos. 
Outra coisa que eu gostaria de compartilhar aqui é o orgulho que estou de mim mesma. Em agosto, quando voltamos da Grécia, a gente recebeu algumas contas que não estávamos esperando, como uma de 500 euros do meu plano de saúde (eu falei sobre isso nesse post aqui), entre outros gastos. Então entramos em uma fase super complicada financeiramente, pois eu ainda estava sem emprego. Foi então que eu fiz uma super promessa ao Stefan: eu ficaria sem comprar roupas, sapatos, maquiagem e nada de supérfluo até o início das promoções de inverno (que normalmente começam logo após o natal). E por incrível que pareça, eu consegui cumprir! Desde agosto que eu não gasto dinheiro pra nada pessoal. Nem mesmo depois de eu ter recebido meu primeiro salário eu comprei algo somente para mim. Toda nossa grana está sendo destinada à finalização da nossa casinha e estamos também tentando juntar dinheiro para finalmente ir ao Brasil no final do ano que vem se tudo der certo. Enfim, eu ter ficado todos esses meses sem comprar uma blusinha sequer foi algo bom não só financeiramente mas também emocionamente, pois eu descobri que posso ser feliz sem ficar gastando dinheiro atoa. Mas amanhã é dia de ir me preparar para o inverno (que até hoje não chegou, já é praticamente janeiro e nada de neve, gelo ou temperaturas negativas ainda, o que está acontecendo?) e comprar umas boas roupas de frio, já que a ultima vez que eu me abasteci pro inverno holandês foi no final de 2008. Lógico que eu tenho que me comportar e me manter dentro de um orçamento, mas eu nem estou acreditando que vou poder comprar umas roupinhas novas. Eu sei que parece futilidade, mas a sensação de dever cumprido é muito boa! Eu realmente consegui manter minha promessa e agora eu terei minha recompensa. 

Enfim, deixa eu parar de falar bobagem e ir para cama. Não creio que voltarei aqui antes do ano novo então para os que lêem esse blog, feliz ano novo!! A gente se vê em janeiro.... 

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Centésimo post!

Pois é amiguinhos, este é o post de número 100 desse blog. Parece que foi ontem que eu criei esse espaço para manter minha família e amigo informados das coisas que aconteciam comigo no país do queijo Gouda. Eu tive a idéia de criar o blog durante o meu processo de escolha e negociações com famílias para ser empregada doméstica au pair em algum país "das Oropa do Norte". Queria poder trocar uma "zidéia" com outras pessoas passando por esse processo e também ajudar a quem tivesse interesse. Depois que cheguei aqui o blog virou um canal de notícias, "causos", opiniões e desabafo. No início era só mesmo minha família e alguns amigos próximos que vinham ler essa "bagaça" aqui, depois de pouco tempo começaram a aparecer algumas (ex)au pairs e de repente eu comecei a perceber que tinha gente de vários países lendo o monte de bobagem que eu escrevo. A maioria desses países super inusitados tipo o Quatar, Geórgia, Islândia, Nepal, Paquistão, etc. Eu não consigo imaginar imigrantes brasileiros morando nesses países, mas deve existir sim, senão não estariam lendo esse blog, né? Talvez sejam portugueses, mas aí eu não consigo imaginar portugueses tendo interesse em ler um blog de uma brasileira morando na Holanda, não é mesmo? Enfim, em praticamente 4 anos de existência, o blog tomou proporções que eu nunca poderia imaginar e hoje em dia eu sou mais cuidadosa não só com o conteúdo sobre qual eu escrevo mas também com o uso correto da língua, já que "escrever certo" nunca foi meu forte. É só ler os posts dos primórdios do blog para perceber o quanto eu era descuidada com ortografia e pontuação. Além disso, o teclado que eu tinha quando cheguei aqui não tinha acentos o que tornava meus textos bem feios de ler. 

Eu tenho procurado deixar o blog o mais atualizado possível, procuro escrever pelo menos uma vez por semana. Queria ser como aquelas pessoas que tem assunto para escrever 3/4 vezes ou mais por semana, mas a minha vida é bem monótona e não é sempre que acontece algo tão interessante para eu ter vontade de vir correndo escrever aqui. Ultimamente eu ando bem ocupada, estou na reta final do meu curso de holandês. No final de janeiro farei a prova e aí adeus curso! Nunca mais vou precisar estudar holandês hehe. Em setembro do ano que vem vou começar a faculdade e preciso dessa prova para ser aceita. 

Outra coisa que tem me mantido ocupada é o meu novo emprego. Acho que não cheguei a comentar aqui mas, desde o final de outubro eu estou trabalhando para os correios. Sim, agora eu sou entregadora de cartas (porque falar carteira soa super estranho). Eu fiz várias entrevistas em callcenters, lojas, supermercados, etc. Nenhum deles me aceitou ou porque eu já passei da idade de trabalhar nesses empregos "pequenos", ou porque eu tenho um leve sotaque, ou porque eu não tenho experiência de trabalho na Holanda e a experiência do Brasil não serve para nada aqui. Enfim, depois de meses tentando, o correio foi o único lugar que não criou problemas para me contratar então foi lá mesmo que eu resolvi trabalhar. São poucas horas (15 horas por semana) e o salário não é lá grandes coisas, mas é melhor do que nada e pelo menos eu tenho algo para fazer além de ficar em casa, né? Sem contar que pelo fato de eu trabalhar de bicicleta carregando por volta de 60 quilos, eu estou emagrecendo que é uma beleza. Em pouco mais de um mês eu já perdi 4 quilos. O único problema é que eu tenho que trabalhar na rua, faça chuva ou faça sol, pedalando uma bike maldita (porque para mim, bicicleta é coisa do capeta). Por enquanto está indo super bem, até estou começando a me entender com minha bike, mas o meu medo é de quando a neve começar ou as ruas começarem a congelar (que já era para estar acontecendo há umas 4 semanas mas o outono resolveu ser primavera esse ano haha), vamos ver se eu vou conseguir pedalar uma bike super pesada durante o inverno, senão eu vou ter que tentar ser escrava trabalhar no McDonald, Burger King ou algum desses lugares...aff.

A última coisa que eu queria contar é que na última segunda-feira eu e o maridôncio fomos à Ikea e fizemos a festa! Compramos 70% dos móveis que precisamos e finalmente estamos esvaziando as caixas e colocando cada coisa em seu devido lugar. Até o final dessa semana finalmente, depois de quase seis meses morando aqui, vamos poder chamar a nossa casa de lar. Pelo menos não teremos mais aquela sensação de que tudo é improvisado. Agora é voltar a juntar dinheiro para poder comprar o resto de móveis que faltam e terminar a cozinha e aí sim, nosso lindo apartamento estará 100% pronto!! Semana que vem eu posto algumas fotos dos nossos novos móveis.

Ah, tem várias pessoas reclamando que não conseguem comentar aqui. Alguém conhece uma boa ferramenta de comentários para eu instalar aqui? Estou aceitando sugestões....

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Três anos e meio juntos e um ano e meio casados....

Hoje eu e meu maridôncio fizemos três anos e meio de relacionamento e anteontem fizemos um ano e meio de casados. A gente queria ter se casado no dia 16 de maio do ano passado, assim estaríamos juntos por exatos dois anos e teríamos uma só data para celebrar. Só que dia 16 de maio caiu num domingo e prefeitura nenhuma funciona domingo, né? Então tivemos que nos casar na sexta dia 14 e por isso acabamos tendo duas datas muito próximas, o que nem importa muito porque a gente comemora tudo junto mesmo.


Eu não creio que já contei aqui como a gente se conheceu e todo mundo me pergunta isso, por isso resolvi escrever sobre isso hoje. Tudo começou em meados de 2008 quando eu estava no processo de negociação com uma família em Amstelveen para ser au pair da filha deles. Quando as negociações foram concluídas e a viagem marcada, eu resolvi que era hora de fazer alguns amigos holandeses. Eu já conhecia, graças ao orkut, algumas brasileiras que moravam como au pair na Holanda. Algumas delas se tornaram minha melhores amigas e até hoje estamos sempre juntas. Outras acabaram não sendo tão legais quanto pareciam na internet e a maioria delas acabaram voltando para o Brasil e acabei perdendo contato com muitas delas. Mas eu não estava me mudando para a Holanda para ficar andando só com brasileiras, né? Eu queria conhecer mais da cultura local, queria saber como eram as pessoas daqui, como eles lidavam com a vida, enfim, como funcionava a cabeça dos holandeses. Foi então que eu descobri uma ótima ferramenta no extinto Myspace, essa ferramenta era uma sala de bate papo em que você podia escolher com gente de qual país você queria conversar. 

Entrei algumas vezes nesse bate-papo e em uma das vezes lá estava o senhor meu marido. A gente começou a conversar e quando percebemos, já tínhamos virado a madrugada (madrugada para mim, para ele já era dia claro). Depois de várias horas de conversa sem cessar, a gente resolveu se adicionar no MSN e daí para frente foram várias noites sem dormir, só conversando e conversando infinitamente. Nessa época eu já sabia que, se a gente chegasse a se conhecer pessoalmente, haveria algo muito legal entre a gente. É lógico que eu nem imaginava que um dia ele viria a ser meu marido e provavelmente passaria o resto da vida comigo, mas eu já imaginava sim que, ao menos, meu namorado ele seria. Isso porque nenhum de nós tinha webcam e eu só tinha visto algumas fotos dele.

Nisso se foram uns dois meses e a gente cada dia mais "a fim" um do outro. No final de abril eu cheguei na Holanda, nessa época ele estava terminando o mestrado e eu estava me adaptando com a família, com o país, com a minha nova vida. Por esses dois motivos a gente demorou três semanas para nos conhecermos. O nosso primeiro encontro foi no dia 16 de maio de 2008 e eu contei um pouco sobre ele aqui. A gente gosta de brincar que foi o destino que nos fez conhecer exatamente nessa data (é só brincadeira mesmo, porque nenhum de nós acreditamos em destino haha), pois maio é o mês do aniversário dele (que cai no dia primeiro de maio) e o dia 16 é o dia do meu aniversário (16 de outubro). E por isso essa data se tornou tão especial pra gente. Já no nosso primeiro encontro a gente virou um casal, não teve essa estória de ir "ficando" até ver no que vai dar. 

O segundo encontro foi em Amsterdam e foi mais mágico ainda (ainda mais porque boa parte do nervosismo não existia mais). No terceiro encontro ele já me levou para conhecer a família dele. Depois eu comecei a passar todos os finais de semana com ele. Até que ele teve que ir passar sete semanas na Grécia, quando a gente se conheceu pela internet ele já tinha comprado as passagens para ir passar as férias lá e não tinha mais como mudar de planos. Eu não pude ir porque tinha que trabalhar e porque não tinha dinheiro o suficiente. Foram as piores sete semanas da minha vida (nessa época eu estava tendo problemas com a minha host family e tive que trocar de família), mas o que me motivava a esperar por ele foi o pedido de casamento que ele me fez antes de viajar. Sim, ele ajoelhou no chão e tudo mais e, aos prantos, me pediu em casamento e eu, logo eu, disse sim! Quem diria, né? 

Quando ele voltou, no final de agosto, a gente passou um final de semana prolongado na Bélgica, visitamos a cidade de Gent, Bruges e Antuérpia e até hoje essa foi a melhor viagem que eu já fiz na vida! Em fevereiro minha vida de au pair acabou e eu fui morar com ele e a mãe dele até a gente decidir o que faríamos para conseguir um visto para mim. Em novembro de 2009 nos mudamos para a Bélgica porque essa era a melhor maneira de conseguir o visto sem eu ter que ficar 6 meses no Brasil, longe dele. 


Ao chegar na Bélgica começamos imediatamente a lidar com a burocracia para nos casarmos lá. Papelada, entrevistas (para provarmos que a gente é um casal de verdade), enchessão de saco, enfim você pode ler sobre tudo isso aqui no blog. Em abril de 2010 finalmente conseguimos a autorização para nos casarmos e então, no dia 14 de maio, a gente "atou os nós" e estamos firmes e fortes até hoje. 

Em fevereiro desse ano a gente comprou um apartamento e em março nos mudamos de volta para a Holanda. E a cada luta, a cada problema que superamos, a cada crise de mal humor e todas as coisas que todos os seres humanos precisam passar, a gente fica mais forte juntos, nos amamos cada dia mais e temos cada dia mais certeza de que tomamos as decisões certas. Mesmo que de vez em quando eu tenha uma grande vontade de esganá-lo hahaha.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Morrendo de raiva!

Mais uma vez vim aqui para reclamar, espero de coração que essa seja a ultima vez em muito tempo porque ninguém merece ficar ouvindo (ou lendo) reclamação dos outros, né? Mas é que hoje aconteceu algo que me deixou morrendo de raiva!

Alguns dias atrás eu escrevi um pouquinho sobre o sistema de saúde na Holanda neste post aqui. Poucos dias depois, coincidentemente, começou um grande debate na internet sobre o SUS por causa da notícia que o Lula tem câncer mas irá se tratar por um hospital particular. Quando eu escrevi meu post de pós e contras essa notícia ainda não tinha saído, mas eu já andava comparando o sistema de saúde daqui com o do Brasil por causa de um pequeno acidente que aconteceu comigo.

Vamos ao "causo": Um pouco mais de um mês atrás eu fui à um festival gratuito na região sul de Rotterdam, fomos eu, o Stefan e um amigo dele. Lá eu finalmente conheci pessoalmente a Simone (depois de mais de um ano de amizade virtual). Nesse festival tocou uma banda super legal de folk metal e eu, já um pouco felizinha por causa da cerveja, comecei a pular que nem uma mongol e acabei levando uma queda feia. Na hora eu só senti uma leve dorzinha no meu pulso, mas durante a noite depois que o efeito do álcool passou eu faltei morrer de dor e meu pulso estava três vezes maior que o normal. Eu não conseguia movimentá-lo para lado nenhum. Aí o Stefan apavorado ligou para o médico (era um domingo) e só conseguiu contato com caixa postal. O recado da caixa postal dizia que se fosse um caso de emergência poderíamos ir diretamente ao hospital, mas se ao chegar lá eles decidissem que não era emergência, a gente teria que arcar com os custos do nosso próprio bolso. Aí começou a dúvida, será que um pulso quebrado é considerado emergência? E se não tiver quebrado, aí a gente vai ter que pagar do nosso bolso? O que fazer? Decidimos que seria melhor esperar até a segunda para ir primeiro ao médico e descobrir o que tinha acontecido. Então eu passei o domingo todo morrendo de dor, na base do paracetamol e na segunda eu marquei uma consulta bem cedinho. Chegando lá o médico literalmente só puxou meus dedos e disse que não sabia se estava quebrado, que era para eu ir ao hospital tirar um raio-X e me deu um cartãozinho para me consultar lá. 

Ao chegar no hospital eu tive que fazer um cadastro e esperar por volta de meia hora antes de ser atendida. Quando finalmente chegou minha vez, eles tiraram o raio-X e me mandaram esperar de novo, nisso mais meia hora se passou. Eu pensei que eles estavam "imprimindo" (não consigo encontrar palavra melhor para isso) para me entregar. Aí veio uma moça e simplesmente me falou que não estava quebrado, só isso. Não me falou o que tinha acontecido, não me deu nenhuma informação do que fazer, não recebi nenhum pedaço de papel, nada nada nada. Então eu perguntei se ela podia ao menos me receitar um remédio para acabar com a dor, ela disse que eu teria que voltar ao meu médico para saber o que fazer com o pulso e pegar a receita. E foi isso que eu fiz. Ao chegar no consultório o médico não podia mais me atender pois estava com a agenda lotada, então a recepcionista foi lá dentro e voltou com uma receita para analgésico. Então eu perguntei como eu deveria proceder com a mão enxada, dolorida e sem movimento. Ela simplesmente disse que era para eu fazer o que me parecesse confortável. Ela disse que sem o o raio-X não tinha como saber qual o tratamento ideal. Nossa, nessa hora eu tive que me segurar para não rodar a baiana naquele consultório...aff

Enfim, semanas se passaram e o pulso melhorou bastante mas ainda dói dependendo do movimento que eu faço. Aí hoje, um pouco mais de um mês depois, eis que chega aqui em casa uma conta de 50 eurecas do plano de saúde. Quando eu vou olhar o porque da conta eu descubro que é a cobrança pelo raio-X que eu tirei. Raio-X esse que eu nem recebi! Não é de matar qualquer um de raiva? 

Deixa eu explicar só um pouquinho do plano de saúde obrigatório da Holanda: Quando eu me inscrevi no plano aqui eu recebi de cara uma conta de 500 euros para pagar á vista e sem prazo. Depois disso a gente pega uma pequena fortuna de 200 euros por mês. Só que nessa bosta de plano tem uma coisa que chama eigen risico, acho que no Brasil é chamado de franquia. Esse eigen risico é de 170 euros e tudo que você usar que custa menos que isso será retirado do seu próprio bolso, além da quantia mensal paga ao seguro. E é por isso que eu sou obrigada a pagar 50 eurecas para um mísero raio-X que nem saiu da tela do computador.

Eu morei um ano e meio na Bélgica e lá eu fiz vários exames e fui ao médico algumas vezes e nunca tive problemas e muito menos passei raiva com o sistema de saúde de lá. No Brasil eu NUNCA tive plano de saúde, sempre fui atendida pelo SUS e não tenho nada além de boas experiências para contar. Aqui eu só passo raiva, sou mal atendida e não vejo nenhuma capacitação nos médicos daqui. Sinceramente eu sinto que jogo meu dinheiro no lixo todos os meses. Eu digo agora e vou repetir sempre, se algum dia eu tiver uma doença tão séria quanto câncer, eu arrumo minhas malinhas e vou me tratar pelo SUS porque se eu depender do plano de saúde daqui, além de eu ter que gastar rios de dinheiro com isso, eu ainda só vou conseguir ser diagnosticada quando estiver perto de morrer...afff.

As queridonas Laís Menine e Paula Volker escreveram um pouco sobre isso no blog delas e inclusive usaram um texto meu. Nos comentários eu escrevi em detalhes os problemas do sistema da saúde daqui, se alguém tiver interesse é só dar uma olhadinha lá. 

E vocês meninas que moram na Holanda, compartilham da minha opinião sobre o sistema de saúde daqui? E as meninas que moram em outros países, como é o sistema de saúde aí? No Brasil eu já sei, mas gostaria de ouvir experiências de pessoas daí também...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Verbalizando...

Hoje eu vim aqui para expressar minha raiva, revolta, frustração e o escambau com a língua holandesa! Ao contrário da maioria das minhas amigas aqui na Holanda, eu nunca tive o menor problema em aprender a língua e em menos de dois anos morando aqui eu já falava, entendia, lia e escrevia sem muitos problemas. No momento estou no último nível no curso antes de poder entrar para a faculdade, em janeiro farei o staatsexamen (prova de proficiência da língua necessária para ser admitida em qualquer faculdade daqui) e aí eu nunca mais vou precisar de fazer curso desse idioma.

Com o passar dos anos eu aprendi a não questionar a falta de lógica e de personalidade dessa língua. Eu sempre achei e sempre acharei uma das línguas mais feias do mundo e além disso é uma língua super inútil se você não pretende criar raízes por aqui. Os únicos países que falam holandês no mundo são a Holanda e o norte da Bélgica. O Suriname e as Antilhas têm o holandês como língua oficial, mas na prática eles falam mesmo é o papiamento (sim, esse é o nome de uma língua de verdade), espanhol, inglês, etc...Eles aprendem a língua na escola mas nunca a usam, então quando eles chegam aqui eles têm que aprender tudo de novo. Na Africa do Sul uma das línguas faladas é o afrikaans, que é uma variação do holandês e na Indonésia também existem dialetos variados do holandês. Todos esses países são ou foram colônia da Holanda. Mas tirando isso, não existe nenhum outro lugar no mundo que o holandês seja útil.

Como minhas raízes foram cravadas por aqui e é aqui que eu pretendo ficar por pelo menos mais uns 30 anos, eu enfiei a cara no aprendizado da língua, mesmo odiando imensamente a mesma. Com o tempo eu acostumei com os sons esquisitos, aprendi a formar frases que só fazem sentido nesse idioma e em mais nenhum, descobri que tentar associar holandês com qualquer outra língua é perda de tempo e finalmente descobri o porque de eu adorar tanto o inglês.
Desde o final de 2009 que eu falo somente holandês com todo mundo, na rua, nas lojas, nos supermercados, nos transportes públicos, com a família e com amigos holandeses e em todas as outras situações do cotidiano. Como Stefan eu continuo falando só inglês porque essa foi a língua que a gente se conheceu e eu acho muito esquisito mudar isso, sem contar que é uma maneira de eu continuar praticando meu inglês, afinal eu não sei o que o futuro me espera e qualquer coisa que acontecer na minha vida, o inglês será sempre mais importante que o holandês. Também tem a questão de que em três anos e meio eu já falo a língua dele muito bem e ele mal sabe cumprimentar alguém em português, então como forma de protesto eu decidi que a gente nunca vai falar a língua dele quando estivermos sozinhos. Com as minhas amigas brasileiras que moram aqui eu continuo falando português porque não faz sentido a gente falar outra língua, né? E assim eu também mato a saudade do meu idioma. 

Apesar de ser ou não fluente na língua varia muito de posto de vista, eu me considero fluente sim. Lógico que ainda não tenho um vocabulário tão grande quanto eu gostaria que fosse. As vezes cometo alguns erros gramaticais também, mas nada que seja absurdo e que impeça que as pessoas me entendem. E a minha escrita ainda tem que melhorar um bocado. Mas a questão é, eu já conheço a língua bem o suficiente para começar a corrigir os próprios holandeses nos erros que eles cometem e, acredite em mim, eles não gostam muito disso haha.

Outro dia eu entrei numa discussão acirrada com um grupo de holandeses sobre o fato deles transformarem qualquer palavra em verbo. Xô explicar: Um conhecido meu disse que me mandaria um email, que em holandês seria email sturen. Só que ao invés disso ele disse na verdade "Ik ga je emailen", isso traduzido ao pé da letra seria "eu vou te emailar" (ou algo parecido). Ora bolas, email não é um verbo, não indica ação, o verbo que acompanha é enviar ou mandar (em holandês é sturen), certo? Dá para flexionar o verbo de acordo com a pessoa e com o tempo? Dá pra dizer eu email, você emaila, nós emailamos? (Ik email, jij emailt, wij emailen). O mesmo acontece com outras coisas corriqueiras do dia-a-dia como jogar futebol. Qual é o verbo aqui? Jogar, certo? Bom, de acordo com os holandeses, não é bem assim. Você pode dizer voetbal spelen (jogar futebol) ou você também pode dizer voeteballen, que em português seria, ao pé da letra, futebolear. Agora imagina, eu futebolo, você futebola, nós futeboleamos. Tem algum sentindo??? NÃO! O pior de tudo foi a minha sogra, que comprou um Nintendo Wii e agora ao invés de dizer que vai jogar, brincar ou sei lá o que no Wii, ela diz que vai Wiien, que seria no bom português Wiizar (ou Wiiar?) Tem cabimento uma coisa dessas? Wii é o nome de um vídeo game, então se a gente for pensar por essa lógica, poderíamos falar Xboxzar, Play Stationar, etc. 

Das quatro línguas que eu falo esse fenômeno só acontece no holandês. Imagina em inglês você tentar falar I footballed today, I Wiied a little bit, I emailed you. Se a gente for seguir a lógica dos holandeses, daqui a pouco não vai mais haver necessidade de usarmos qualquer verbo, é só pegar uma palavra qualquer e transformá-las em verbo. Fácil, né? Só que não! Tá, tudo bem, na linguagem falada esse tipo de coisa é até aceitável, mas quando você pega um jornal para ler e encontra esse tipo de coisa escrito, dá um desanimo de continuar estudando essa porcaria de língua dos infernos! Não vejo a hora de terminar logo esse curso e ir estudar grego para passar mais raiva ainda haha. Pelo menos ler grego eu sei, só falta aprender qual o significado da palavra que eu li hehe.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Prós e contras...

Hoje faz três anos e meio que eu cheguei na Holanda. Nesse tempo um tantão de coisas aconteceram e você pode ler toda a minha trajetória desde o inicio aqui no blog. Mas o objetivo deste post não é contar minha história e nem falar do quando eu cresci, amadureci e aprendi nessa terra. Esse post é para contar um pouco do que eu acho bom e ruim nesse país. Assim como todos os países, a Holanda tem pontos super positivos e várias coisas negativas. No inicio tudo parece lindo e perfeito, mas depois que a rotina se estabelece e viver aqui se torna algo tão normal quanto viver na sua cidade natal, a gente começa a notar as coisas que acontecem que não são as que mais nos agrada. Vou deixar bem claro que o escreverei aqui parte somente do meu ponto de vista e de minhas experiências pessoais. Não estou aqui para dizer nenhuma verdade absoluta sobre morar na Holanda, tanto porque o que eu posso considerar negativo ou positivo pode ser exatamente o oposto do que você considera...Sem contar que eu só tenho como parâmetro de comparação o Brasil e a Bélgica. Vamos começar pelos pontos positivos:

Prós em ordem de importância para mim:

Segurança
Segurança é assunto sério na Holanda. A taxa de homicídios é tão baixa que quando acontece um ele vai parar na mídia como escândalo. Assalto também é algo que eu NUNCA ouvi falar por aqui. É claro que existem os chamados pickpockets e se você der mole com objetos de valor eles vão roubar (assim como eu tive minha bolsa roubada pela primeira vez na vida aqui). Mas existe uma grande diferença entre alguém simplesmente pegar sua bolsa quando você se distrai e alguém vir armado e violentamente tomar a bolsa de você. Um é só um inconveniente super chato, o outro é uma agressão à sua pessoa que pode acarretar em algum trauma. 

Outra coisa que eu considero de super importância dentro do quesito segurança é o fato de você poder andar em paz pelas ruas. Eu morei em Amsterdam e agora moro em Rotterdam, duas das maiores cidades da Holanda. Em ambas cidades eu ando sozinha à noite, pego transporte público, ando de bicicleta, faço tudo sem o menor medo de algo acontecer comigo. Em Amsterdam era super comum eu voltar para casa andando da balada as três da manhã e nunca nada me aconteceu. As mães daqui deixam seus filhos de 5/6 anos irem para escola sozinhos, à pé ou de bike, e elas não têm medo de nada acontecer com eles. É claro que não pode ficar dando mole à toa, existem bairros que devem ser evitados depois que escurece e não dá para ir fazer cooper no parque depois de um certo horário por causa de alguns junkies que rondam por lá e, normalmente, junkies são super imprevisíveis e podem sim tentar roubar seu dinheiro. Em uma visão geral, eu posso usar meu tênis Adiddas aqui sem ter medo dele ser roubado e eu ter que voltar para casa descalça. Eu posso andar pela rua com meu celular e/ou MP3 Player na mão e ninguém vai tomar de mim. 

No verão é super normal dormir com as janelas abertas (lembrando que eu nunca vi nenhuma janela aqui com grades e nem casas com muros), algumas pessoas também dormem com as portas destrancadas pois elas têm mais medo de acontecer um incêndio e não conseguirem abrir a porta a tempo de sair do que de um ladrão entrar na sua casa no meio da noite para te roubar. Mas é lógico que quando saímos de casa a gente tranca tudo, pois é quando a casa está vazia que os ladrões se aproveitam. Outra coisa é o fato de a grande maioria da população não ter garagem e deixar o carro dormir na rua e raramente acontece um arrombamento para roubar algo dentro do carro e o roubo do carro em si é quase impossível porque vender carro roubado por aqui é uma tarefa extremamente difícil. O Stefan já cansou de esquecer de trancar o carro e algumas vezes ele esqueceu a chave na porta do carro e nunca fomos roubados.

Temperatura
Outra coisa que eu adoro na Holanda são as temperaturas super amenas. Aqui é considerado calor extremo quando chega na casa dos 30ºC e o frio extremo acontece quando a temperatura vai abaixo de -10ºC. Isso é só para se ter idéia do quando as temperaturas daqui são sempre medianas. Para mim que nunca, na minha vida inteira, soube lidar muito bem com o calor isso é uma grande razão para continuar morando aqui. Mesmo no verão mais quente são raros os dias que temos calor acima dos 25ºC e isso me agrada muito. Já o contrario do calor eu sei lidar super bem com o frio, na verdade eu me sinto muito bem disposta e feliz no frio, o único problema é sair da cama de manhã, mas depois que eu consigo levantar meus dias se tornam super produtivos. Mas mesmo adorando o frio, eu não sei se conseguiria encarar frio extremo como acontece em vários países. A idéia de temperaturas de -40ºC me assustam muito. Por isso eu fico feliz com o inverno ameno da Holanda, é frio o suficiente para me fazer feliz mas não tem nada que eu não consiga aguentar. Mas tirando algumas semanas no verão e um ou dois meses no inverno, o resto do ano a temperatura média daqui gira entre 10 e 20 graus positivos o que faz a maior parte do ano ser muito agradável. O problema é que apesar das temperaturas perfeitas, na minha opinião, é o clima chuvoso daqui, mas isso vai entrar nos contras já já.

Transporte público
Esse é mais um grande pró de morar aqui. Apesar de ser muito caro (comparado com a Bélgica por exemplo), em 90% dos casos os trens, ônibus, metros e bondes são super eficientes e pontuais. Como eu moro ao lado de um ponto central na cidade, eu tenho tudo super pertinho. Tanto o metro quanto o ônibus param ao lado da minha casa e a estação de trem fica à dez minutos de metro ou vinte minutos com a bike. Mas o que eu acho mais legal é o fato de você ter todos os horários e itinerários do transporte público no site, Dá para planejar exatamente o horário que você vai pegar o transporte, aonde vai descer, quanto vai pagar e tudo mais pela internet antes de sair de casa. Outra coisa legal é que você tem um só cartão para pagar todas as formas de transporte público no país inteiro. Então acabou esse história de ir para outra cidade e ter outro sistema de pagamento, é tudo pago com o cartão magnético e é descontado dos créditos que você colocou nele. Eu acho super fácil isso. Sem contar que você paga pelos quilômetros percorridos, então não tem um valor fixo para a pessoa que vai descer logo ali na frente e para pessoa que vai até o final do trajeto, acho isso mais justo. Só que como eu disse, o preço do quilômetro percorrido é bem salgadinho. Mas se você quer um serviço bem feito você tem que pagar por ele, né?

Pessoas
Há quem diga que as pessoas daqui são super frias e sem graça. Eu nunca concordei com isso, eles só são super conservados e não se abrem tão fácil à estranhos. Eles também não são de ficar de muito contato físico e paparicos. Na verdade eles são super formais, até os pais, irmãos, amigos, etc, eles cumprimentam com três beijinhos, a coisa mais rara é ver alguém se abraçando aqui. Mas eu nunca achei isso ruim porque eu sempre fui assim também. No Brasil eu era considerada uma pessoa fria mas aqui eu sou normal haha. Apesar que eu adoro um abraço, mas não de estranhos e eu também não sou de ficar me abrindo para qualquer pessoa na fila do banco, sabe? Na verdade, depois que eu fui morar na Bélgica (onde o povo é super escroto e sem educação), eu acho que os holandeses são super atenciosos e cuidadosos, só que eles têm que se sentir confortáveis ao seu lado, têm que confiar em você e isso leva, literalmente, anos e anos até eles te acolherem no "círculo de confiança" deles.

CONTRAS

Clima
Na minha opinião, o maior contra desse país é o clima! Sim, enquanto as temperaturas são perfeitas para mim, o clima é uma desgraça. Estatísticas dizem que em um ano normal (sem nenhuma mudança climática drástica tipo o el niño) a Holanda tem em média 300 dias de chuva e tempo fechado e só o restante é ensolarado. Isso pode deprimir até a mais alegre das pessoas. Quando você acorda de manhã, abre a cortina e está chovendo pelo oitavo dia consecutivo sem nenhuma trégua, dá vontade de fazer as malas e sumir daqui! No verão chove praticamente o tempo todo, são poucos os dias de sol e nesses dias os holandeses vão à loucura, matam trabalho e escola para aproveitar o solzinho quentinho. No outono a chuva além de molhada (duh) ela é gelada e assim várias pessoas que vão para o trabalho ou escola de bike acabam ficando super doentes. O inverno chove bem menos, mas ainda assim chove mais do que a gente gostaria. A primavera é bem dosada entre chuva e sol, mas assim como o inverno, sempre acaba chovendo mais do que a gente gostaria. Eu sei que tem países tipo a Escócia que chove bem mais do que aqui, mas eu moro é aqui e a chuva acaba com meu bom humor, ainda mais agora que trabalho entregando cartas em cima de uma bike haha. Ah, e eu tava esquecendo de mencionar a ventania constante principalmente durante o outono, tem hora que parece que as árvores vão sair voando. É assustador as vezes.

Xenofobia
Pois é, ser uma estrangeira morando na Holanda (e acredito que em boa parte da Europa) é ter que lidar com o preconceito de várias pessoas, é ter que provar o tempo todo que você é mais competente que os que nasceram aqui (ser igualmente competente não serve, tem que ser mais). É ter que trabalhar melhor e mais horas do que eles, é ter que falar a língua sem cometer nenhum erro, mesmo quando eles mesmo erram. É ter que todos os dias provar que você merece estar aqui e ninguém tem o direito de te tratar como se você fosse um ser inferior. Normalmente eu não me importo em lutar pelo meu lugar no mundo, mas as vezes cansa ter que ficar provando para todo mundo que eu sou tão boa e competente quanto ou mais que eles, tem dias que eu quero fazer as coisas "pelos cocos", mas aqui eu não tenho esse direito. Eu sofro um pouco menos com preconceito porque a grande maioria das pessoas não me vêem como estrangeira (digo não-européia) e quando eu abro a boca para falar com eles eu já falo na língua deles. Mas eu fico imaginando pessoas com um tipo físico super étnico, tipo os negros, os asiáticos, os árabes, etc, ainda mais os que ainda não aprenderam a língua, esses devem sofrer preconceito todos os dias da vida deles, deve ser horrível!

Burocracia
Você que vive reclamando da burocracia brasileira, vem para Holanda e tente resolver o menor dos problemas por aqui. Tudo que é relacionado ao governo e repartições públicas são sinônimo de dor de cabeça das bravas. Tudo, absolutamente tudo, exige milhares de formulários preenchidos, documentos e mais documentos e mais documentos e mais documentos ad infinitum, e muita, mais muita paciência. Sim, porque primeiro você tem que lidar com a incompetência dos funcionários públicos porque eles nunca sabem nada sobre coisa nenhuma e sempre precisam pedir ajuda do seus superiores. Segundo porque toda e qualquer decisão, por menor que seja, demora dias, semanas ou até meses. Nada vem fácil quando se trata de resolver problemas com repartições públicas.

Sistema de saúde
Depois que eu me mudei para cá eu descobri que o SUS é um sistema lindo! Apesar das filas, hospitais atendendo mais gente do que conseguem e a má distribuição de recursos, os médicos brasileiros são muito mais capacitados do que os daqui. O fato de plano de saúde ser uma coisa opcional e não obrigatória também é um ponto positivo para o Brasil nesse quesito. No Brasil, se você tiver uma suspeita de que quebrou o pulso você vai direto ao hospital e tira um raio x. Aqui você primeiro tem que passar no médico generalista para ele te dar uma autorização para fazer o raio x, raio x esse que fica só na tela do hospital, você não recebe ele. Eles só te informam que não está quebrado mas não te falam o que foi que aconteceu e nem como deve ser tratado. É tchau, benção e se vira. Outra coisa que me revolta é você ir ao médico com uma dor estranha e eles vão procurar os seus sintomas no Google! É verdade, eles fazem isso de verdade. É para ter seus sintomas procurados no Google que você paga aquele absurdo de plano de saúde? Sem contar que se você tiver um sintomas que eles não conseguem identificar, eles te mandam voltar para casa, tomar paracetamol, repousar e se persistir você marca outro horário com ele daí uma semana. Então se for uma coisa séria você tem que ficar sofrendo uma semana inteira até ser tratada. Tudo isso que eu estou relatando aqui são coisas que aconteceram comigo pessoalmente, não são estórias que ouvi de terceiros. 

Bom, eu podia falar aqui de como eu acho os impostos que pagamos aqui super altos, mas é graças à esses impostos que a segurança que eu citei lá em cima é mantida, é por causa dos impostos que as ruas estão em bom estado e tudo funciona do jeito que tem que funcionar. Tudo bem, dói pagar 60% do seu salário em impostos, mas desde que a gente veja o nosso dinheiro sendo usando para manter o país funcionando, acho que vale a pena.

Também não poço deixar de comentar o tanto que odeio as festas de aniversário na Holanda. Se houvesse inferno, para mim ele seria passar o resto da eternidade em uma festa de aniversário daqui. O povo faz um círculo com cadeiras, te colocam para conversar com alguém que você nunca viu na vida e os assuntos são os mais entendiantes possíveis. Aí eles servem café, chá ou refrigerante, de vez em quando cerveja ou vinho, mas é raro. Aí tem uns chips e queijos como salgados. Então é a hora do bolo que na maioria das vezes é uma torta de maçã comprada no supermercado. Normalmente não tem nem música, nada para entreter as pessoas, fica todo mundo sentadinho em seus lugares morrendo de tédio mas fingindo que está adorando aqueles papos chatos. 

Mas por outro lado, pelo fato de termos as quatro estações bem definidas (tirando a chuva quase que constante) o comportamento das pessoas muda quando as temperaturas começam a subir na primavera e até os aniversários ficam menos chatos, porque normalmente o povo inventa um churrasco (de hamburguer e linguíça haha) e só o fato de estarmos sentados do lado de fora já torna tudo mais agradável. 

Ufa, acho que bati o recorde de maior post já feito nesse blog! Enfim, como todos os países a Holanda tem várias coisas legais e várias coisa que são problemáticas. Mas mesmo assim é aqui que eu me sinto em casa, foi aqui que eu encontrei minha felicidade e é aqui que eu estou construindo minha vida adulta. Pretendo morar aqui enquanto eu conseguir aguentar a quantidade de chuva, aí depois que eu aposentar eu me mudo para um país mais seco haha. Ah é, esqueci de mencionar que a coisa que eu mais amo em morar aqui é o fato de que é aqui que meu amor está...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Questionário legal...

Tem uns dias que esse questionário está circulando pelo Facebook. Eu ia responder por lá, mas eu fiquei impressionada com a quantidade de coisas que eu respondi que já fiz, então eu decidi que seria melhor eu postar aqui, já que eu queria deixar registrado para mim mesma o quando que eu já fiz na minha vida. Eu sei que é só uma brincadeira boba, mas eu acho que várias dessas coisas seriam impensáveis pra mim 4/5 anos atrás e hoje em dia elas são uma realidade. Eu achei super legal e espero que vocês gostem também. Sintam-se livre para comentar e/ou responder o questionário também....

(X) Viajar para a Europa. (bom, eu moro aqui né haha)
() Fazer uma tatuagem. (sempre tive vontade mas nunca achei um desenho que eu quisesse ter na minha pele pelo resto da vida)
(X) Conhecer uma pessoa que você conheceu pela internet. (serve ex-namorado, praticamente todas as amigas que tenho aqui e, principalmente, meu marido?)
(X) Pintar o cabelo de uma cor bizarra.(leia esse post aqui haha)
(X) Namorar sério. (tive 3 namoro sérios e longos no BR e um por aqui)
(X) Ser fotografada junto com uma pessoa famosa. (serve a Floor Jansen?)
(X) Morar sozinho. (já morei sozinha, já morei com amigos, já tive room mate, já morei com vó, com tia, já morei na casa de estranhos...enfim, sou cigana)
( ) Ter filhos. (talvez na próxima encarnação kkkkk)
(X) Casar. (uma e espero que única vez hehe)
(X) Beber muito. (beber muito, sempre....ficar bêbada faz tempo que não acontece)
(X) Beijar alguém que não conhece. (não que eu me orgulhe disso)
() Dançar com alguém que não conhece. (não consigo me lembrar, acho que não)
(X) Voltar a falar com antigos amigos. (sím! isso acontece demais comigo haha)
(X) Ficar mais de 30min. no telefone com alguém. (só TODAS as vezes que ligo pra alguém no Brasil)
(X) Falar com alguém que não fala a mesma língua que você. (todos os dias desde que me mudei pra cá)
(X) Conhecer alguém que mudou a sua vida. (meu maridôncio lindo)
(X) Usar óculos. (só desde que eu me lembro de estar viva...malditos olhos com defeito de fabricação)
(X ) Ir para a Disney. (ainda não fui mas pretendo ir na Disneyland Paris ano que vem - edição em 06/03/12, fui pra Eurodisney em julho do ano passado e amei! Contei nesse post aqui)
(X) Viajar de avião. (bom, normalmente pra se chegar à Europa é preciso ir de avião haha)
(X) Dançar na chuva. (a bebida faz dessas coisas kkkk)
(X) Beijar alguém na chuva. (na Holanda quase todos os beijos ao ar livre acontecerão na chuva kkkk)
( ) Se jogar de um palco durante um show e ser levada pelo pessoal. (nunca me atrevi, acho mto perigoso)
(X) Colocar um piercing. (já tive no umbigo mas infeccionou, tive um na língua tbm mas um professor me disse que era pra eu escolher entre cantar e ter piercing...)
() Dizer: “você está preso em nome da lei.”(devo ter feito quando criança, mas não lembro)
(X) Ter um gato como animal de estimação. (Paul era o amor da minha vida e agora estou doida pra ter 2 aqui em casa)
(X) Ter um cachorro como animal de estimação.(tive vários, mas com a morte da minha favorita, Athena, eu nunca mais quis ter cachorro)
( ) Ter uma codorna como animal de estimação.(e isso lá é animal de estimação?)
(X) Participar de um teatro.  (sim! estudei teatro por mais de dez anos na minha vida hehe)
(X) Descobrir que a pessoa que você gosta também gosta de você. (digamos que isso aconteceu com todos os namorados que citei lá em cima)
(X) Juntar a galera e fazer um “cinema em casa”. (acho tão legal)
(X) Mergulhar. (já mergulhei em rio algumas vezes, sou louca pra mergulhar em mar)
(X) Dormir a tarde toda. (acho que todo mundo já fez isso)
(X) Sair de casa de pijama. (quando eu era pequena eu ia à padaria de pijama, mas era só atravessar a rua)
(X) Dizer não quando você quis dizer sim. (quase sempre quando se refere a assuntos de família haha)
(X) Mudar seu nome.(considerando que 90% das pessoas me chamam pelo meu apelido, acho que eu meio que mudei de nome, né)
() Fugir de casa. (pensei na possibilidade várias vezes quando pequena, mas nunca cheguei a fazer)
() Acreditar em horóscopo. (mó bobagi)
() Não fazer alguma coisa porque seu horóscopo não estava bom. (bobagi grandona)
(X) Guardar um segredo. (eu faço o possível haha)
(X) Cantar para muita gente ouvir. (coisa que mais amo fazer na vida)
(X) Cortar o seu cabelo você mesmo. (já tinha feito algumas vezes antes, mas desde que mudei pra cá ninguém mais corta meu cabelo, só eu! haha)
(X) Usar roupas que hoje em dia você não usaria. (roupas góticas 666 from hell, ainda acho mto bonito, mas não usaria mais)
(X) Gritar no meio da rua. (fazer o que né, eu tenho sangue italiano kkkkk)
(X) Tocar guitarra. (eu comecei a estudar música na guitarra e violão, depois mudei pra canto e teclado)
(X) Rir muito alto. (quase todo dia)
(X) Rir até chorar. (quase sempre)
(X) Chorar e depois rir. (quando é choro de emoção e alegria)
() Ganhar algum sorteio.(não que eu me lembre, não sou a pessoa mais sortuda do mundo....digamos que tenho mais sorte no amor do que no jogo haha)
(X) Reclamar do cabelo. (é raro mas acontece, mesmo assim ainda acho meu cabelo é o que tenho de mais bonito e adoro o fato dele ser obediente)
(X) A internet cair e você ficar quase louco. (sempre que a internet cai eu falto enlouquecer!)
(X) O mouse quebrar e você bater mais ainda nele. (ou tentar abrir pra ver se consigo consertá-lo)
() Quebrar um celular de alguém. (nunca quebrei nem o meu haha)
(X) Ficar viajando no banho ao invés de realmente tomar banho.  (ainda mais quando estou cansada, fico lá só deixando a água cair em cima de mim...ô diliça)

Agora, mudando de assunto, esses dias eu estava pesquisando meu nome no Google. Eu faço isso de vez em quando para saber se não tem info minha jogada por aí sem lenço nem documento. Assim eu tenho um controle maior do que acontece com minhas coisas na net. Então, nessa minha pesquisa eu descobri um blog que comecei a escrever alguns anos atrás, na época que tava fazendo um ano que eu morava na Holanda. Não lembro bem o porque de eu ter começado um novo blog quando eu já tinha esse daqui. Só lembro que nessa época as coisas estavam muito confusas para mim, eu estava ilegal e alguém tinha me denunciado para a imigração, eu estava meio que vivendo escondida. Acho que na minha cabeça, eu parar com esse blog aqui e começar um novo me faria sentir mais segura, sei lá. Só sei que o blog nunca foi para frente, eu escrevi poucas vezes nele e depois foi abandonado totalmente. Nem lembrava mais que ele existia. Mas agora que eu o encontrei, vou colocar o link aqui para satisfazer a curiosidade de todos aqui haha. Então, para os seguidores assíduos desse blog desde o início (acho que só a minha mãe mesmo haha), aqui vai o blog para vocês saberem o que aconteceu comigo durante fevereiro de 2009 até o início de 2010, que foi o tempo que eu deixei o Liss na Europa inativo :-(  lissa-spinardi.livejournal.com

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aniversário!!

Então, no ultimo dia 16 de outubro foi meu aniversário!! Sim, eu completei 28 primaveras esse ano e não tenho vergonha nenhuma disso. Como a data caiu num domingo, eu tive um final de semana inteiro de comemorações, inclusive na segunda. Se você leu esse post aqui já sabe que eu estava meio deprimida sobre fazer aniversário, mas depois de alguns acontecimentos legais na minha vida (que eu relatei nesse post aqui), a depressão foi pras cucuias e eu resolvi celebrar com tudo que tinha direito haha..

Comecei a comemoração no sábado à noite convidando alguns amigos para uma festinha aqui em casa. Acabou que não veio nem metade do que eu convidei e tirando um casal de amigos que avisou com antecedência, o resto simplesmente furou comigo ou cancelou em cima da hora mesmo. O pior é que nem havia motivos para cancelar em cima da hora pois o dia estava lindo, ensolarado, não estava ventando e não estava muito frio. Eu fiquei meio chateada com isso e me lembrei do porque de eu raras vezes ter feito festa na minha vida. Mas o importante é que as pessoas que vieram fizeram toda a diferença e a gente se divertiu muito e eu tive uma noite maravilhosa! 

No dia seguinte era dia da família do Stefan vir pra cá. A família é grande e, digamos, espaçosa. Tem cachorro, tem criança e todos os adultos são meio volumosos, se é que você me entende. Por isso a casa ficou pequena demais para o tanto de gente que usam roupa XL estava aqui e depois que a gente comeu um lanchinho e o bolo tivemos que ir dar uma volta na fazendinha para crianças que tem aqui perto de casa. E você sabe como é, eu tenho uma Felicia escondida dentro de mim e animais fofinhos e peludos me fazem enlouquecer. Eu viro criança mesmo! Na fazendinha pode-se comprar ração para alimentar os bichinhos e isso é diversão garantida para a pseudo adulta aqui. Era Liss correndo para dar comida aos coelhos, aos porquinhos da Índia (que aliás o nome deles não faz o menor sentido porque eles nem são porcos e nem vem da Índia haha), até dar comida para as cabras é uma alegria na minha vida. Ainda teve direito à brincar com um gatinho gordo e lindo. Só isso já valeu meu dia! Depois nós voltamos para o jantar e eu adquiri o direito de abrir os presentes haha.

Ganhei vários presentes legais, tanto dos amigos no sábado quanto da família no domingo. Como a gente ainda está em processo de decorar a nossa casinha, vários dos presentes foram na verdade para a casa e não para mim pessoalmente, mas eu acho é bom. Então ganhei almofadas, taças de vinho, um abajour em forma de árvore lindo e uma toalha de mesa maravilhosa. Os presentes para mim foram um livro de receitas italianas do Jamie Oliver, um xale, uma garrafa de guaraná Antártica (hehe), um massageador do Stefan e alguns vale compras. Fora que eu posso abrir uma floricultura com o tanto de buques que ganhei haha.

Na segunda-feira eu fui ao primeiro safari da minha vida! A sogra ganhou ingressos e o Stefan tirou o dia de folga, aí fomos nós três, o irmão e os três sobrinhos dele. O safari do parque Beekse Bergen é super legal, de todas as atrações turísticas que já fui na Holanda essa foi a que mais gostei e pretendo voltar lá mais vezes. A gente passou o dia todo lá no meio de zebras, leões, tigres, elefantes, girafas e vários outros bichinhos lindos. E mais uma vez a Felícia dentro de mim foi à loucura, só que dessa vez eu não podia brincar com os bichinhos peludinhos que eu via, só podia tirar fotos deles...sniff. Mas mesmo assim eu me diverti muito e meu final de semana acabou com a sensação de ter sido o melhor aniversário de todos os tempos!

Agora é voltar o sofá para seu lugar habitual pois tivemos que mudá-lo de lugar para caber todo mundo na nossa sala, mas preguiça é tão grande que eu acho que ele vai ficar assim até o final de semana que vem hehe. Aqui vão umas fotenhas de alguns dos meus presentes:
Minha mini floricultura e minha toalha de mesa nova

Meu abajour lindo
Balões para decoração da festa

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A história do cabelo...

Hoje eu resolvi me entregar à futilidade e escrever sobre algo muito importante para mim: MEU CABELO! Não, você não entendeu errado, eu realmente vou me dar ao luxo de falar sobre a minha relação com meu cabelo e se você acha que esse é uma assunto muito fútil para perder seu tempo lendo, essa é a hora certa de clicar no X do canto direito da página hahaha.

Desde novinha eu sempre tive uma relação muito estranha com meu cabelo. Ele sempre foi super fininho e cacheado. Por isso eu sentia (e ainda sinto) muita dor quando alguém tentava penteá-lo e só minha avó sabia pentear sem eu dar escândalo. Como eu não morava com ela e ninguém lá em casa tinha nem muito tempo e nem muita paciência para ficar correndo atrás de mim com a escova na mão (porque eu fugia mesmo), acabava que eu tinha que me contentar com o cabelo curtinho. Se você olhar minhas fotos de infância, são raras as que eu estou com o cabelo bonitinho como nessa, na grande maioria delas eu tô com um verdadeiro ninho de passarinho na cabeça e nas outras eu tô com o cabelo super curtinho. Mas eu nem ligava, afinal eu nunca fui uma menina muito feminina, eu sempre gostei mais de brincar com os garotos e nunca tive muita paciência para me enfeitar. Não ligava para nada do tipo cabelo, roupa, sapato. Vaidade era uma palavra desconhecia para mim. 

Eu aos 13 anos
Os anos passaram e veio a puberdade e foi nesse época que eu comecei, vagarosamente, a descobrir o significado da palavra vaidade. Foi também nessa época que eu pintei meu cabelo pela primeira vez. Deixa eu explicar: desde pequenina eu sempre sonhei em ser ruiva, mas ruiva de verdade, com direito à sardas e tudo mais. Bom, quanto às sardas não há muito o que fazer, mas foi por volta dos 13 anos que eu descobri que eu podia sim ser ruiva haha. Foi então que, mesmo ainda sendo menina-muleque, eu fiquei ruiva pela primeira vez. Na época, como eu ainda não era muito vaidosa, eu não me importava com desbotamento e raíz aparecendo. Eu também não tinha nenhum tipo de renda, então só conseguia comprar tinta quando ganhava algum dinheiro de presente. Era um desastre, o vermelho desbotava, virava agua de salsicha e ficava com vários centímetros de raíz, mas eu não estava nem aí para isso, o importante é que tinha o cabelo vermelho hehe.
 
Os anos se passaram e a adolescência chegou e com ela a minha fase gótica-tenho-que-ser-igual-aos-meus-amigos-senão-eles-não-vão-gostar-de-mim me pegou em cheio. Nessa fase não só eu mudei várias coisas em mim para poder se aceita no meu grupo de amigos (o que é a maior burrice que qualquer adolescente pode fazer), mas eu também reprimi várias características minhas, uma delas foi a vontade de ser ruiva. Nessa época eu comecei a pintar o cabelo de preto azulado e foi também nessa época que eu virei mais feminina e vaidosa. 



Depois que a fase gótica-sem-personalidade-própria passou, eu comecei a experimentar com novas cores pro meu cabelo. A mudança foi gradativa. Primeiro eu fiz algumas mexas vermelhas junto com o preto, depois eu pintei a parte de baixo dele de vermelho e deixei em cima preto (quase igual o Ozzy tinha durante o reality show dele). Depois eu fiz a maior burrada cabelística já cometida por mim: meio que inspirada no cabelo da Shakira no clipe Objection, eu resolvi fazer uma mistura entre preto e loiro, só que ao invés de ir fazer isso com um profissional, eu pedi minha prima pra me ajudar. O resultado foi desastroso! 
 
Depois desse desastre cabuloso, eu resolvi voltar para minhas origens tratei logo de passar um vermelho cereja e deixar de ser mutante bizarra. Só que como nessa época eu já era vaidosa, o fato do vermelho desbotar muito rápido começou a me incomodar e eu comecei a ficar irritada com a obrigação de pintar o cabelo todo mês. Custava caro, dava trabalho, e enchia o saco. Mas era tão bonito....Depois de quase um ano pelejando para evitar o efeito "agua de salsicha" eu acabei apelando e num momento de puro ódio eu taquei um preto no cabelo. Não precisa nem dizer que me arrependi amargamente, né? 


Cabelo desastre




Depois disso eu resolvi dar um tempinho para meu cabelo descansar de tanta mudança e uns 6 meses depois de ter "repintado" de preto, eu resolvi que era hora de uma mudança drástica. Eu iria tentar ser loira! Só que dessa vez eu não fiz burrada e fui procurar ajuda profissional pra isso. Até ficou legal, mas não tinha nada a ver comigo. Todo mundo falava que tava lindo, mas eu não me sentia a vontade sendo loira e nem conseguia me reconhecer com aquele cabelo. Eu acho que não tenho alma de loira haha. Eu já não pretendia repetir a façanha antes de conhecer o Stefan, mas depois de conhecê-lo ele meio que me proibiu de ser loira, ele disse que se fosse para se casar com uma loira ele casava com uma holandesa mesmo haha.

 
Enfim, a "loirisse" durou poucos meses e logo lá estava eu de volta a cor verdadeira da minha alma, o vermelho. Dessa vez um vermelho menos vivo e mais natural, assim não iria desbotar tanto e não me daria tanto trabalho. E no vermelho eu me manti até as vésperas de vir morar na Holanda. Eu fui dar ouvidos à algumas meninas que já moravam aqui e que me falaram que tinta por aqui é extremamente caro. Não é! Bom, depende do seu ponto de vista. Se você for comparar com o real, 15 euros por uma tinta é um absurdo, mas se você for pensar que ganhar em euro e gastar em euro é o mesmo que ganhar em real e gastar em real, então 15 euros é um preço super normal para uma tinta, não é? Por causa disso eu, que já nem lembrava mais a cor natural do meu cabelo, pela primeira vez na vida pintei de castanho e deixei voltar ao natural.

Poucos dias antes de vir p/ Holanda
Cor natural que eu nem lembrava mais

Em 3 anos de Holanda eu só dava um banho de brilho nele no final do verão para tirar aquela cor de palha queimada que o sol e o mar deixam nos cabelos escuros. Nada além disso. Até esse ano em que eu vi que uma drogaria daqui estava fazendo promoção em todos os artigos da cor vermelha (porque é a cor do outono) e foi aí que eu decidi que era hora de voltar a ser ruiva haha. Eu comecei passando um vermelho quase castanho por dois motivos, primeiro porque eu estou a procura de emprego e acho que uma cor muito chocante no cabelo pode passar uma mensagem errada ao empregador, segundo porque o senhor meu marido tem meio que aversão à mudança, então qualquer coisa muito radical ele rejeita de cara, por isso a mudança tem que ser gradativa, senão ele vai passar dias e mais dias enchendo o saco para eu voltar pra cor natural. Bom, a minha tática funcionou porque ele achou lindo e disse que agora eu tenho que ser ruiva para o resto da minha vida haha. E é essa mesmo a minha intenção, nunca mais deixar de ser ruiva. A questão agora é só encontrar o tom perfeito, mas isso só acontece com algumas tentativas. Olha só como meu cabelo está agora:




terça-feira, 27 de setembro de 2011

Resumo dos acontecimentos...

Tem alguns leitores desse blog me pedindo para eu escrever mais sobre coisas do meu dia-a-dia, como é viver na Holanda, o que eu tenho feito da vida, etc. Bom, eu não criei esse blog para ficar falando quando eu vou fazer o jantar, ou lavar roupas, ou limpar a casa e coisas do tipo. Pois essas atividades tomam uma boa porcentagem do meu cotidiano. É, por incrível que pareça, eu me tornei uma dona de casa e por mais de um ano essa foi a minha única atividade na vida. Hoje em dia eu tenho algumas outras atividades para dividir o meu tempo, mas nenhuma dela é emocionante o suficiente para ficar criando posts e mais posts sobre elas.

A verdade é que depois de alguns anos morando em um país, a vida se torna normal, a rotina acaba tomando conta e nada parece tão interessante mais. O legal são as coisas que fazemos para tentar quebrar a rotina. Mas o meu dia-a-dia é bem parecido com o de qualquer pessoa que se casou antes dos 30, que estuda e trabalha (ou está procurando trabalho, como eu) e que além de tudo, tem que fazer os serviços domésticos. Afinal, a não ser que você tenha uma empregada (coisa praticamente impossível na Holanda), você vai acabar tendo que fazer os serviços domésticos mesmo trabalhando e estudando. E mesmo se seu marido for um fofo, lindo e dividir as tarefas com você, sempre acaba sobrando mais para nós, mulheres. Isso sem mencionar quando as mulheres tem filhos. Mas como esse não é o meu caso, eu não vou entrar nesse assunto. 

Enfim, apesar da rotina chata e do dia-a-dia super normal, alguns acontecimentos legais (e outros nem tanto) acabam passando batidos e por isso eu resolvi fazer um resumo deles desde que voltei de viagem a dois meses atrás. Afinal, só mesmo fazendo um resumão de tempos em tempos para eu conseguir encher um post inteiro com fatos e não com histórias haha.

Como vocês já sabem (devido aos seis post sobre o assunto), a gente passou nossas primeiras férias de verdade na Grécia. Voltamos de lá no dia 10 de agosto. No dia 17 de agosto começaram minhas aulas preparatórias para o Staatsexamen (um teste de proficiência da língua holandesa, bem parecido com o TOEFL para o inglês). O curso é bem legal, meus colegas de classe são super divertidos e atenciosos e eu tenho certeza que pelo menos duas delas se tornarão minhas amigas depois do curso. O problema é que eu sinto que estou aprendendo mais do mesmo. Eu sinto que já sei tudo que eles estão ensinando por lá. Na verdade o curso é para quem já tem um nível de holandês bem avançando. Todo mundo lá já tem o nível necessário para fazer uma universidade. Alguns tem alguma dificuldade em falar a língua, mas entende e escreve muito bem, outros tem dificuldade com a leitura, mas fala e entende super bem. Eu, como se era de esperar, tenho dificuldade com a escrita, mas falo, entendo e leio super bem. Então esse é realmente o objetivo do curso, trabalhar no seus pontos fracos. A gente praticamente não aprende nada novo (porque teoricamente todo mundo lá já deveria saber a gramática de cabo a rabo). Por isso acaba sendo um pouco entendiante para mim, no sentido de não ter nada me desafiando. Mas como o objetivo desse teste é eu poder entrar para uma faculdade, eu continuo firme e forte e estudando mais do que deveria, já estou na metade do livro enquanto a turma está começando o capitulo 3.

Outra coisa que retornou no final de agosto foram minhas aulas de canto. Minha professora se mudou para o norte do país então agora eu tenho aulas com outra professora. Essa professora é bem mais experiente e tá sabendo me ajudar direitinho com meus problemas (que eu conto nesse post aqui), sem contar que ela tá querendo me incentivar a voltar a escrever minhas próprias músicas, e assim, depois de quase 4 anos eu voltei a sentar atrás de um piano para compor. Estou adorando! Isso sim é um desafio gostoso para mim, além de ter que lidar com novas técnicas de canto, agora eu tenho que voltar a compor e isso me agrada muito. 

Nesse meio tempo, com tanta coisa na fila esperando para acontecer, eu entrei de cabeça na busca por um emprego de verdade. No início eu estava meio tímida, tentando ser caixa de supermercado, trabalhar em lojas, etc. Depois eu abri a busca também para telemarketings e call centers. Hoje em dia, depois de ter escutado um tanto de NÃO, eu resolvi tentar até a voltar a fazer faxina. Essa busca por empregos está acabando com minha auto-estima. Na Holanda, os lugares pagam por hora e o seu piso salarial varia de acordo com sua idade e função. Então se um supermercado quer contratar alguém para ficar no caixa, ele vai preferir pegar um menino de 18 anos, pois assim ele pode pagar 6,50 por hora enquanto alguém com mais de 25 anos exercendo a mesma função tem que receber no mínimo 8,50 por hora. Isso faz toda diferença na hora da avaliação dos currículos. Nos call centers e afins eu não tenho experiência alguma e essa palavra é a mais usada quando eu recebo um sonoro NÃO deles. Como recepcionista/secretária, no BR eu sempre tinha uma grande vantagem, eu falava 3 línguas e domino super bem todos os programas do Office. Mas aqui todo mundo fala pelo menos 3 línguas (tudo bem que agora eu falo 4) e todo mundo domina bem o Office. Então a minha vantagem foi para as cucuias e eu acabo recebendo um NÃO mesmo tendo experiência no ramo. Ou eles escolheram alguém com um curso na área financeira, ou eles não aceitam experiência de outros países. Mas o pior foi quando eu consegui um emprego nos correios, já estava com o contrato na mão para ser assinado e quando a mulher olhou o meu visto eu perdi o emprego porque o meu visto era temporário. Isso me deixou muito mal.

Mas, já que eu falei em visto, uns dias atrás eu recebi a carta dizendo que finalmente o meu visto permanente foi aprovado. Depois de mais de três anos lutando por ele, até morar na Bélgica eu fui para poder conseguir esse maldito visto. Depois até deles terem duvidado que o Stefan realmente morava lá comigo e terem ameaçado não me darem o visto. Mas agora está tudo bem, como a gente estava contando a verdade o tempo todo, tínhamos mais do que provas de que ele morava integralmente lá comigo. O coitado viajava mais de 4 horas por dia pra ir e voltar do trabalho e eles vem criar encrenca, não adiantou, a gente conseguiu provar que fizemos tudo dentro da lei e eles tiveram que engolir e me dar o visto. Agora é só esperar a minha carteira de identidade (verblijfsvergunning) e ninguém mais me segura!!

O pior acontecimento dos últimos tempos foi o nosso querido carro ter desistido de viver. Semana passada ele foi levado para o ferro velho para ser destruído. Depois de quase dois anos nos servindo fielmente, ele não aguentou o tranco mais. Com esse carro a gente viajou de norte a sul pela Bélgica ano passado. Ele nos ajudou muito quando morávamos naquele fim de mundo. Mas agora a verdade é que não necessariamente precisamos de um carro, moramos no centro da cidade, tem dois supermercados a um quarteirão na nossa casa e mais um a 10 minutos de caminhada. O metro para a cinco minutos daqui e tem ônibus para todos os lados. E tem uma estação de trem super pertinho também. E assim que eu fizer as pazes com a minha bike maldita, eu pretendo usá-la mais vezes como meio de transporte e não só para ir à aula. Então, apesar de não ser legal o carro ter nos abandonado, também não será nenhum drama. We will survive haha.

No momento, além de eu estar estudando holandês como uma louca e estar me preparando também para o teste na faculdade de música, eu estou pensando em outras alternativas no caso de eu não passar em música (afinal são mais de 400 candidatos para menos de 8 vagas) e eu decidi que farei Comunicação com foco em mídia digital. Afinal, já que eu passo tanto tempo na internet, porque não fazer disso meu ganha pão, né? Eu pesquisei vários cursos até chegar nesse. Pensei em me tornar professora do ensino médio de história, inglês ou até holandês. Depois pensei em fazer Sociologia, depois quis fazer Desing. Mas no final, o único curso que eu me vejo tento um futuro que não irei odiar para todo sempre é comunicação. O curso é bem abrangente, assim como a internet e eu acho que posso me realizar profissionalmente fazendo isso. Mas isso é lógico se eu não conseguir entrar para faculdade de música haha. 

Ah, tava quase esquecendo que eu quase quebrei minha mão! Sim, essa vida rock'n'roll ainda acaba me matando. Felizmente não está quebrada, mas eu tenho que passar à base de analgésicos e preciso manter uma faixa ao redor do meu pulso por mais de uma semana, até sarar. Posso usar meus dedos, mas não consigo mover meu pulso por causa da dor. Enfim, não dá pra se divertir em um festival gratuito sem sofrer algum tipo de conseqüência, né? Só que normalmente essa conseqüência é só uma ressaca no dia seguinte, e nunca uma mão toda arregaçada hehe.

Então, acho que esses são os acontecimentos importantes mais recentes. Como eu disse, eu levo uma vida super normal e não tem muita graça ficar escrevendo sobre meu cotidiano. Espero ter saciado a curiosidade de vocês e daqui uns dois meses, se algo interessante acontecer eu faço um novo resumo. Até lá vocês voltarão a ler minhas histórias e opiniões porque esse é o objetivo maior desse blog. That's all folks. Hasta la vista....

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bicicleta é coisa do capeta!!!

Foto do "estacionamento" de bikes na estação central de Amsterdam
Não se assuste com o título, por favor. Mas hoje eu cheguei ao meu limite com minha guerra contra bicicletas. Uma guerra que já dura mais de três anos. Na verdade, se eu for analisar bem, eu acho que minha relação com bicicletas nunca foi das melhores. 

Vamos por partes: quando eu tinha por volta de 7 ou 8 anos, meu pai me ensinou a andar de bike. Bom, na verdade ele me ensinou a manter a bike em movimento, em uma linha reta, sem perder o equilíbrio. Talvez seja porque eu era muito novinha, eu não consigo me lembrar se ele me ensinou a fazer a bike começar a se movimentar, agora que eu penso nisso eu acho que ele sempre me segurava no início até eu pegar velocidade e aí ele me soltava. Então, eu nunca aprendi como realmente andar de bike, e sim como a fazer continuar indo em frente. E é provavelmente por causa disso que toda vez que eu começo a fazer a maldita se movimentar ela vai em zigzag até pegar velocidade.

Outra coisa, na minha cidade (Belo Horizonte) ninguém usa bikes como meio de transporte, tanto por causa da quantidade de morros quanto pelo risco de sua bike ser roubada. Eu morava no bairro Santa Efigênia e meu pai me ensinou a andar na pista de cooper da Av. dos Andradas (não sei se a pista ainda existe). Essa pista consistia de 2km fechados para o trânsito e era a única parte do meu bairro que era plana. Então eu só andava de bicicleta lá e nunca tive que lidar com carros e pedestres. E depois que meus pais se separaram (quando eu tinha 9 anos), eu nunca mais subi numa bike.

Quando eu tinha 11 anos eu fui passear no sítio do meu avô e lá eu resolvi pegar a bicicleta do meu primo que era enorme e andar pelo sítio. Mas como eu nunca fui lá uma grande ciclista, eu não perguntei coisas do tipo: "Como faz para frear?". Sem contar que, além da bike ser enorme, eu fui direto numa descida e conseqüentemente acabei cabeceando uma pobre árvore e isso me rendeu sete pontos bem no meio da testa. Não, eu não estou exagerando, eu tenho uma cicatriz bem no meio da testa, o que hoje em dia é até legal porque eu posso brincar que sou parente do Harry Potter mas acredite, no ano de 1995 eu não achava legal, ainda mais porque o casamento da minha irmã seria em poucos dias e eu saí em todas as fotos com um curativo enorme na testa. Enfim, no início a cicatriz era horrenda! O negócio era um roxo escuro que começava entre as duas sobrancelhas e ia até a linha do cabelo. Mas com o tempo ela clareou e ficou exatamente da cor da pele e eu cresci alguns milímetros de lá pra cá e hoje em dia mais da metade dela está na raiz do cabelo e a parte que sobrou na testa é quase imperceptível. Já faz uns 10 anos que ninguém aponta pra minha testa e pergunta o que é isso, então tá de boa.

Bom, depois desse acidente eu e minha mãe decidimos que era hora de nos livrarmos da minha bike. Ela nunca mais tinha sido usada mesmo e não seria naquela época que eu iria voltar a usá-la, né? Então ela foi vendida. Anos e anos se passaram e eu nunca mais me preocupei em ter uma bike, na verdade sempre achei algo bem inútil. Mas isso tudo mudou no ano de 2008 (mais de uma década depois) quando eu vim morar na Holanda.
Sim, a Holanda é o país que tem mais bikes por km² do mundo, a estimativa é de duas vezes mais bicicletas do que pessoas. Bike aqui é muito mais que lazer ou brinquedo, é o segundo meio de transporte mais usado pelos holandeses. Faça chuva ou faça sol, neve, gelo, furacão, seja lá o que for, lá estão os holandeses em cima da bike. Eles usam a danada pra ir para o trabalho, vão para a escola de bike, até para o buteco lá vai a holandesada de bike. É um tal de carregar um carona na bike, falar no celular andando de bike, carregar objetos grandes e pesados na bike. Provavelmente porque o país é tão plano, andar de bike é algo tão comum quando comer batata. 

Quando eu me mudei pra cá eu morava em Amsterdam e no meu aniversário de 25 anos eu ganhei uma linda bicicleta do meu marido (então namorado). A bike era linda, pequena, dobrável, e super confortável. Mal sabia eu que esse seria o início do meu maior tormento: ANDAR DE BICICLETA NO MEIO DO TRÂNSITO!! Sim, essa é uma das minhas maiores fontes de estresse e eu simplesmente não consigo passar por isso sem ter mini ataques do coração. É horrível! Mas como o transporte público é caro e as distancias não são curtas o suficiente para ir andando, muitas vezes a única maneira é ir de bicicleta. No tempo em que eu morava na Bélgica pro exemplo, a distancia da nossa casa até minha escola andando era de quase 40 minutos, mas com a bike não demorava nem 15. E como não tinha nenhum transporte público que conectava os dois pontos, só dava mesmo para ir com a maldita bicicleta.

Essa bike ficou comigo por dois anos e meio, mas ela estava muito danificada. Em Amsterdam ela tinha que ficar do lado de fora pegando sol e chuva e por isso enferrujou toda. Então no inicio desse ano eu comprei uma nova, só que essa é maior do que eu estava acostumada. Eu já levei vários tombos nela e só de pensar que eu tenho que usar a bike pra ir à algum lugar eu já fico toda nervosa. Hoje eu e o Stefan decidimos pela primeira vez ir de bike para a academia (porque o nosso carro já era, foi mandando pro ferro velho, mas isso é assunto pra outro post), só que eu nunca precisei usar a bike pra uma distancia tão grande, 3,5 km. O combinado era encontrar com ele lá porque quando ele volta do trabalho o trem para ao lado da academia. Nossa, foi a gota d'água. Eu sozinha naquela distancia toda, numa bike que me odeia tanto quanto eu odeio ela, foram 3 tombos num espaço de 10 minutos. No meio do caminho, depois de ter machucado feio a minha perna, eu decidi descer da bike e ir andando empurrando ela. Então o Stefan me ligou para saber porque eu estava demorando tanto e eu desabei a chorar, dizendo que eu ia jogar a bike no canal. Sério, se ele não tivesse vindo me encontrar eu juro que a diaba estaria no fundo da agua numa hora dessas...

Infelizmente eu não posso desistir de usar essa porcaria como meio de transporte, mas eu posso vim xingar muito no blog haha....