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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Eu e minha cabeça de vento....

Estamos na metade de setembro. Isso na minha vida só significa uma única coisa: Depressão Pré Aniversário! Sim, eu sou daquelas pessoas que ficam super mal quando estão prestes à fazer aniversário. Eu sei que ainda falta um mês, mas a minha cabecinha de vento já começa a processar os acontecimentos desde o aniversário passado e eu começo a fazer um balanço de vitórias e derrotas e, normalmente, as derrotas são em número maior e/ou mais intensas que as vitórias.

Eu nunca fui muito fã de fazer aniversário, nunca fiz a menor questão de comemorar a data e muitas vezes acabava só indo a um bar com alguns amigos (na maioria das vezes por insistência deles). Minha última festa de aniversário foi quando eu fiz 20 anos e de lá pra cá a minha aversão à data só piora. A única vez que eu gostei realmente de fazer aniversário foi quando eu completei 18 anos e pude ir comemorar numa boate GLS (eu me incluo nos simpatizantes, ok) que eu estava querendo entrar fazia tempo mas não podia porque era menor de idade. Essa data sim foi emocionante e especial. Mas depois disso, fazer aniversário tem sido um sinônimo de tortura para mim. Principalmente depois dos 20 anos, quando todos meus amigos estavam entrando para faculdade e eu ficando para trás. Quando todo mundo estava trabalhando em empregos super legais e eu trabalhando em empregos que eu odiava e que ganhava super mal. 

Mas pelo menos nessa época eu tinha as minhas atividades "extra-curriculares" como aulas de teatro, aulas de música, cantar em vários corais, etc. Depois que eu me mudei para Holanda (tinha 24 e completei 25 anos aqui) nem isso eu tinha mais para me fazer sentir que estava fazendo algo de útil com a minha vida. Aqui tudo que eu planejei fazer demorou muito mais do que o normal por causa de problemas de visto. Sem contar que ter que aprender a língua para fazer qualquer coisa (como trabalhar ou entrar para faculdade) também atrasou em muito com meus planos. Depois de ter passado mais de um ano sendo uma simples dona de casa, sem fazer nada de útil com a minha vida, eu finalmente estou na última fase dos meus estudos da língua para poder entrar para faculdade. Mas esse é mais uma coisa que me deprime, eu provavelmente não conseguirei entrar para o curso que eu quero. O curso que é o motivo de eu ter me mudado para cá.

Depois de ter visitado todas as faculdades que oferecem esse curso, eu vi que mais de 500 pessoas se inscrevem todos os anos e eles têm menos de 50 vagas. E como entrar para faculdade aqui não depende de testes (vestibular) e sim do seu currículo escolar, as minhas chances são super pequenas. Lógico que eu ainda vou me inscrever porque afinal, as chances podem ser pequenas agora mas se eu não tentar, elas serão nulas, né? Mas como mais uma vez a idade está batendo na minha porta eu tenho que abrir minhas opções e me inscrever para cursos que não seriam minha primeira opção mas que tem uma chance maior de eu conseguir entrar.

Enfim, isso é só um desabafo de alguém que está um ano mais próxima de completar 30 (agora faltam só 2 anos) e que tem a sensação de que não fez nada de útil na vida. Eu sei que é bobeira, que eu me casei, compramos um apartamento lindo, que eu viajei para vários lugares, que eu falo 4 línguas, que só o fato de ter conseguido permanecer no exterior já é uma grande conquista. Mas quando eu lembro que me formei no ensino médio faz 9 anos atrás e que até hoje não consegui fazer uma faculdade, eu fico numa depressão tão grande. Mas acaba passando, sempre passa. Eu sempre acabo me conformando com os acontecimentos e encontrando soluções para meus problemas, até lá, eu vou batalhando para realizar meus sonhos e me dedicando à manutenção das coisas que já conquistei nessa vida....

3 comentários:

  1. Liss não sei nem o que te dizer, porque eu sinto um pouco disso tudo. Cada aniversário eu percebo que eu poderia/deveria ter feito tanta coisa com a idade que tenho e não fiz.

    Em circunstancias diferentes eu vivi 18 meses como au pair odiando cada segundo da minha decisão, e tirando o fato de que conheci meu marido e dei um outro rumo pra minha vida, eu ainda acho que dei uma parada crucial na minha vida que afetou o meu profissional/emocional de diversas formas. Vai batendo aquele medo de não conseguir correr atrás do prejuizo... como você disse os amigos vão conseguindo empregos legais, terminando pós...

    Mas eu já percebi que o jeito é ter objetivos intermediarios, por exemplo, se você não conseguir entrar na faculdade que quer, tente outra que não gosta tanto, mas faça algo mas invista em algo. Algumas vezes temos que seguir caminhos mais longos do que esperamos pra atingir o objetivo e você via ver que dá certo.

    beijao

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  2. Nossa Si, só vc mesmo pra não ficar falando que o que eu sinto é bobagem. Só vc pra entender o meu questionamento quanto a minha decisão de ter sido au pair.

    Tá, eu conheci meu marido e sou mto feliz ao lado dele, mas casar nunca foi um sonho meu, nunca planejei isso pra mim, simplesmente aconteceu. Por isso eu não consigo considerar isso uma "conquista". Tá, a gente comprou um apartamento lindo, mas a verdade mesmo é que ele que paga por tudo, a hipoteca tá no nome dele, então no fundo a conquista é dele e não minha.

    Mas o que mais me doe é que daqui 3 semanas eu faço 28 anos e nunca consegui fazer uma faculdade. Por isso eu já decidi que ano que vem estarei no HBO não importa qual será o curso.

    Mas a verdade é que a gente conquistou mta coisa sim, só que a nossa vida não se encaminhou como nós planejamos e quando a idade começa a bater na porta, a depressão vem com ela...mas daqui a pouco passa, algo legal acontece e eu fico bem de novo.

    Só tô cansada de ouvir o povo falando "mas vc ainda é nova, SÓ 28 anos, ainda faltam 2 pra fazer 30". É mto fácil falar isso quando vc tbm tem 28 anos mas já tem 2 bacharelados, 1 mestrado, um super emprego e uma casa própria...e eu, o que tenho? É um assunto mto delicado e complicado...aff

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