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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O que quero ser quando crescer?

A resposta sempre esteve na ponta da língua: quero cantar! De preferencia em uma banda de metal/rock, fazer shows, gravar álbuns, escrever minhas próprias músicas...bem por aí. Então enfiei na cabeça que pra conquistar isso tudo eu precisava ir pra faculdade aprender isso tudo. Em Belo Horizonte e em toda Minas Gerais não existe faculdade de música popular, rock, etc, se quiser estudar música na faculdade vai ter que ser música erudita. E foi bem isso que eu fiz, comecei a estudar música erudita um pouco antes meu primeiro ano do ensino médio, participei de vários coros, produções de ópera, recitais, fiz aulas com professores renomados e até ganhei uma graninha com o canto erudito. 

Fiz isso de 1999 até 2007, nesse tempo em comecei e terminei o ensino médio, fiz cursinho e tentei vestibular três ano seguido, tanto pra UFMG quanto pra UEMG. Não passei na em nenhum dos dois por causa de cursos que não têm nada a ver com música, tipo matemática e química. Mas eu nunca parei de me dedicar ao canto. Só que fui ficando cansada desse mundo erudito. É muita falsidade nesse meio, muita gente querendo fuder com os outros só pra ficar bem vista aos olhos dos maestros e produtores. Fora que eu comecei a reavaliar o porque de eu estar fazendo isso tudo e percebi que, apesar de eu amar muito e ter sim bestante satisfação, a musica erudita não era minha paixão. Eu queria uma banda, queria escrever minhas próprias musicas, queria fazer turnê. Nada disso seria possível se eu continuasse a me dedicar tanto ao canto erudito. 

Apesar de tudo eu ainda estava com a ideia fixa de que pra realizar meu sonho eu precisava fazer uma faculdade de canto, então comecei a procurar fora de Minas Gerais por algum curso universitário mais direcionado à musica popular, rock, etc. Foi aí que eu tomei a decisão mais drástica da minha vida. Eu mudei pra Holanda! Eu já contei aqui um pouco de como foi que eu decidi mudar pra cá. Vim com a certeza absoluta de que eu iria estuar na Rock Academy no sul da Holanda. Daí eu fui visitar a faculdade e descobri que além de mim, metade do país resolveu ir estudar canto. Também descobri que todos os cursos eram dados em holandês e eu precisaria aprender a língua antes de me inscrever. Então resolvi procurar outras faculdades, pois a Holanda tem várias faculdades direcionadas à outros estilos musicais além do erudito, eles têm até uma faculdade especializada em metal! Mas todas tinham o mesmo problema: competição acirrada. Se eu quisesse aprender baixo a história seria diferente, mas eu queria o mesmo que várias pessoas, queria estudar canto. 

Foi então que me inscrevi pra um curso preparatório pra faculdade de musica de Rotterdam. Foi nessa época também que comecei à ter contato com músicos já formados por essa mesma faculdade (e outras espalhadas pelo país) e todos eles me diziam a mesma coisa, diziam que fazer faculdade de música não significa nada, não garante que você vai se dar bem como músico, não garante que você vai ter algum tipo de renda depois de formar. A maioria dessas pessoas já formadas estavam passando por dificuldades financeiras, tendo que dar aulas das 8 da manhã até as 22 horas pra conseguir pagar o aluguel, algumas até estavam trabalhando em empregos nada a ver com musica, depois de ter dedicado 4 anos à se tornar músicos profissionais. O que todos me diziam é que não é necessário ter um diploma acadêmico pra ser um bom músico e que eu estaria perdendo meu tempo e meu dinheiro. 

Nessa época eu tomei a decisão mais difícil da minha vida, eu desisti de fazer faculdade de musica. Veja bem, eu não desisti da musica e nem desisti de estudar com bons instrutores e me aprimorar. Eu continuo fazendo curso de canto com uma professora ótima e tenho uma banda na escola de musica com quem me apresento algumas vezes por ano. Eu desisti foi de ter um diploma dizendo que eu aprendi aquilo tudo em nível  universitário. Mas porque essa decisão foi tão difícil? Porque eu passei praticamente 15 anos da minha vida com essa ideia fixa de que eu precisava disso tudo pra me tornar a cantora que eu gostaria de ser. Eu inclusive deixei isso ser uma barreira no passado, achando que eu não seria boa o suficiente pra cantar em uma banda até eu obter esse diploma. Foi muito complicado mudar de ideia e tem hora que eu acho que ainda não mudei completamente, acho que é um longo processo até eu conseguir me limpar totalmente desse pensamento. 

Então depois de meses pensando no que eu gostaria de fazer eu descobri que a unica coisa que eu gosto tanto quanto musica é a internet. Pesquisei cursos e faculdades e escolhi o curso de comunicação com especialização em mídia digital. Estou no meu terceiro ano e no momento estou fazendo estágio. Estágio aqui funciona diferente, são seis meses de estágio em tempo integral. Não tem aulas nesse período (só duas vezes por mês um encontro pra conversar sobre as experiencias no estágio) então é praticamente como se estivéssemos no emprego que teremos depois de formados. Eu gosto do meu curso, apesar de me sentir bem frustrada de vez em quando. Eu gosto também do meu estágio. Mas as vezes fico questionando se é isso mesmo que quero pro resto da vida. Passei tantos anos perseguindo um sonho que nunca parei pra pensar no que faria caso não desse certo. Hoje em dia eu acordo todos os dias bem desmotivada, acho legal o que faço mas não mais que isso, nada mais que legal. Será que eu me sentiria assim se tivesse escolhido um outro curso? Será que qualquer coisa que fizer que não seja diretamente relacionado à música vai me fazer sentir assim? Será que vou ter que passar o resto da vida procurando por algo que me satisfaça por completo, além da música? Ou será que vou ter que me contentar com fazer algo que acho simplesmente legal? 

Ainda tenho até julho de 2016 pra responder todas essas questões, mas na verdade o que me faz tudo piorar é a pressão que sinto pra já ter todas essas respostas, afinal já tenho 31 anos e já era pra ter minha vida resolvida. Ou não? O que fazer quando o seu plano de vida precisa ser totalmente retraçado depois dos 30? Como lidar com a incerteza de não saber o que quer? Nem posso dizer que me sinto como uma adolescente decidindo meu futuro porque quando eu era adolescente eu sabia exatamente o que queria ser quando crescer....

Música que define esse momento da minha vida: Mary Jane da Alanis Morissette. Quase 20 anos ouvindo o álbum Jagged Little Pill e até hoje encontro músicas com letras relevantes pra coisas que sinto :-)

Mary Jane

What's the matter Mary Jane, you had a hard day
As you place the don't disturb sign on the door
You lost your place in line again, what a pity
You never seem to want to dance anymore
It'sa long way down
On this roller coaster
The last chance streetcar
Went off the track
And you're on it
I hear you're counting sheep again Mary Jane
What's the point of trying' to dream anymore
I hear you're losing weight again Mary Jane
Do you ever wonder who you're losing it for
Well it's full speed baby
In the wrong direction
There's a few more bruises
If that's the way
You insist on heading
Please be honest Mary Jane
Are you happy
Please don't censor your tears
You're the sweet crusader
And you're on your way
You're the last great innocent
And that's why I love you
So take this moment Mary Jane and be selfish
Worry not about the cars that go by
All that matters Mary Jane is your freedom
Keep warm my dear, keep dry
Tell me
Tell me
What's the matter Mary Jane
Mary Jane (tradução)
O que há Mary Jane, teve um dia difícil?
Assim você põe o sinal de "não perturbe" na porta
Você perdeu o lugar na fila de novo, que pena
Você parece mais querer dançar
É uma longa descida
Nesta montanha russa
O bonde da última chance
Saiu da pista
Com você dentro
Ouço você contando carneirinhos de novo, Mary Jane
Pra que tentar continuando a sonha
Ouço você perdendo peso de novo, Mary Jane
Você imagina para quem você está perdendo isto?
Bem, isto é velocidade máxima, baby
Na direção errada
Há um pouco mais feridas
Se este é o caminho
Que você insiste em seguir
Por favor seja honesta Mary Jane
Você está feliz?
Por favor não censure suas lágrimas
Você é uma doce guerreira
E está em seu caminho
Você é a ultima grande inocente
E esta é a razão por eu te amar
Então pegue este momento, Mary Jane, e seja egoísta
Não se preocupe com os carros que vão embora
Tudo que importa, Mary Jane, é sua liberdade
Mantenha-se quente minha amiga, mantenha-se seca
Conte-me
Conte-me
Qual o problema Mary Jane?


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Bandas que mais marcaram minha vida - The Gathering e Anneke van Giersbergen

Já contei aqui algumas vezes que o ano 2000 foi um ano de muitas descobertas musicais na minha vida. Nesse ano descobri várias bandas de metal com vocal feminino. Nesse post eu falo sobre a grande influencia que a banda holandesa After Forever teve minha vida. Junto deles tem mais algumas bandas que tiveram a mesma importância pra mim, entre elas Within Temptation, Lacuna Coil e The Gathering (de todas essas bandas só o Lacuna Coil não é holandês). Na época ainda não havia definição pra essas bandas, umas eram consideradas metal melódico, outras doom metal, algumas gothic metal e a maioria eram chamadas de symphonic metal. Hoje em dia essas bandas são conhecidas como Female Fronted Metal. Cada uma dessas bandas tinha (ou ainda tem) algo que me influenciou profundamente e no caso do The Gathering a influência veio claramente da vocalista deles, a Anneke van Giersbergen. 

Strange Machines ao vivo em 1996 no festival Pinkpop

Eu conheci o The Gathering num álbum de coletâneas metal que venho numa revista, no álbum tinha a musica 'Strange Machines' e eu fiquei imediatamente apaixonada por eles. Pouco tempo depois um amigo me deu o álbum 'Nighttime Birds' e eu simplesmente não conseguia parar de ouvir aquelas músicas. As melodias eram cativantes, os instrumentos eram extremamente bem executados e os vocais eram inexplicavelmente supremos. Aquela voz, aquela técnica, aquele vibrato, aquela emoção toda. Eu estava apaixonada pelas musicas 'On Most Surfaces', 'Third Chance' e 'Shrink'. A vocalista Anneke van Gierbergen tinha me conquistado completamente!

Nessa época a banda ainda se classificava como doom metal, depois de um tempo procurando mais coisas deles eu descobri que eles tiveram um vocalista masculino antes da Anneke, eu até procurei umas musicas antigas pra ouvir mas não curti muito. Aliás o primeiro álbum com a Anneke, o 'Mandylion' (Nighttime Birds é o segundo álbum com a Anneke) também não me agradou por completo, só gostei de algumas musicas. O terceiro álbum com ela foi o 'How to Measure a Planet?' e foi aí que a banda começou a transitar do doom metal pra um metal/rock mais alternativo. Essa também foi a época em que a banda começou a ganhar mais visibilidade internacional, principalmente na América Latina. Eu continuei seguindo o trabalho deles e cada dia ficava mais apaixonada pelas musicas que eles faziam e pela voz da Anneke. Eles foram se afastando cada vez mais do metal e ficando mais alternativos. O meu álbum preferido vai sempre ser o 'Souvenirs', mas 'If Then Else' também tem um lugarzinho especial no meu coração. 
Liberty Bell do álbum "How to Measure a Planet?"

Após a turnê pra promover o álbum 'Home', Anneke anunciou que deixaria a banda. Os fãs enlouqueceram e ninguém aceitou a noticia com o coração aberto. Em 2008 a banda anunciou uma nova vocalista, a norueguesa Silje Wergeland. Com ela eles já lançaram três álbuns, o 'West Pole', 'Disclosure' e 'Aterwords'. Essa nova fase é bem mais experimental e até mesmo um pouco psicodélica. A Silje é uma ótima vocalista e a maioria dos fãs estão contentes com a entrada dela pra banda. Enquanto isso a Anneke continuou sua carreira lançando vários álbuns com sua nova banda Agua de Annique e participando de inúmeros projetos com vários músicos espalhando pelo mundo.  
You Learn About It do álbum Souvenirs

Eu continuo extremamente fã da Anneke e acompanho sua carreira solo com muito carinho, já fui à cinco shows dela. Continuo gostando muito de The Gathering, apesar de essa nova fase não ter o mesmo significado pra mim quanto a fase com a Anneke tinha. Até então só tinha visto um show deles em 2011 e achei a Silje muito boa ao vivo também. Infelizmente nunca tive a oportunidade de ver um show do The Gathering com a Anneke nos vocais. Mas isso tudo mudou no ultimo domingo, 09 de novembro!
Anneke van Gierbergen - Take Me Home

No ultimo domingo a banda comemorou 25 anos de existência e fizeram um show super especial com todos os ex-vocalistas. Foi uma experiencia linda demais. Passei praticamente seis meses na expectativa, conheci gente que estava vindo do Canadá, EUA, Brasil, Russia e outras partes do mundo só pra ver esse show. Quando eles tocaram a primeira musica com todos os vocalistas em cima do palco eu cheguei a chorar de emoção. Também fiquei emocionada quando vi a Anneke cantando musicas super nostálgicas. Em vários momentos eu me senti com 15 aninhos novamente, ouvindo musicas que marcaram tanto a minha vida sendo cantadas pela formação daquela época. E o mais impressionante foi ver a reação do público à cada uma dessas musicas nostálgicas. 
The Gathering - Saturnine, com todos os vocalistas no ultimo domingo. 

Depois do show os membros da banda foram dar autógrafos e tirar fotos com os fãs que ficaram. Mesmo com tanta gente urubuzando cada um deles em momento algum eles perderam a paciência e a doçura com ninguém. Foi um carinho tão extremo que eu me senti acolhida e especial. Nunca imaginei que pudesse ser tão bem tratada por musico nenhum. Eles passaram mais de duas horas dando atenção pra todo mundo que pediu. Eu finalmente realizei meu sonho de tirar fotos com a Anneke, ela brincou que ia roubar meu vestido. Sempre rindo, sempre simpática, ela até reconheceu vários fãs que seguem a carreira dela. Tudo muito mágico! 
Eu com cara de boba alegre ao lado da Anneke

Não consigo parar de ouvir The Gathering desde domingo e acho que estou com uma mistura de êxtase perpetuo com depressão pós show. Já fui à tantos shows na vida e nunca me senti assim depois de nenhum. Não sei explicar, só sei que tenho muito orgulho de ser fã e ter sido tão influenciada pelo The Gathering e a vocalista mais perfeita de todos os tempos, Anneke van Giersbergen....

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Meu primeiro show!!

Eu acho que já contei minha relação com canto aqui no blog, mas vou resumir pras pessoas que ainda não sabem. Eu faço aula de canto desde os 15 anos, comecei por influencia das cantoras de rock que eram famosas nos anos 90, principalmente Alanis Morissette e Shirley Manson (vocalista do Garbage). Alias a Shirley me influenciou muito mais do que musicalmente, mas já falei sobre isso aqui.

Quando foi chegando a hora de prestar vestibular eu queria muito fazer faculdade de musica, mas em BH não existia nenhuma faculdade voltada pra pop/rock, só pra musica erudita. Então por conselho da minha professora de canto, eu comecei a fazer aulas de canto lirico pra tentar entrar pra UFMG. Eu tinha 18 anos na época e de até os 24 anos eu continuei estudando canto lirico, cantando em coros, recitais e operas em BH e região. Não consegui passar no vestibular pra UFMG porque sou muito ruim em matérias como matemática, química e física, tentei três vezes mas sempre foi um desafio muito grande aquela prova idiota. Mas continuei fazendo aulas de canto e evoluindo muito, só que o canto lirico não era minha paixão. Eu achava muito legal tudo que fazia, mas o que eu queria mesmo era cantar em uma banda, escrever minhas próprias musicas e fazer shows com essa banda. Sem contar que eu tava meio de saco cheio das picuinhas que rolam no mundo da musica erudita em BH (e acredito que o mesmo acontece em outras cidades também).

Enfim, quando mudei pra Holanda eu estava determinada à seguir meu sonho e cantar em uma banda. Meu plano era fazer faculdade de canto aqui, já que o país tem várias faculdades focadas em rock, pop, metal, jazz, etc. Bom, a vida aconteceu e esses planos não deram certo e hoje em dia eu faço faculdade de Comunicação em Mídia Digital. Mas eu não podia viver com a ideia de parar de cantar, então mais ou menos três anos atrás eu comecei a fazer aulas de canto na escola SKVR. Foi uma longa jornada pra aprender a usar minha voz com técnicas pop/rock e não com os vícios que adquiri com o lirico. Em setembro desse ano eu fui escolhida pra cantar em uma banda com outros estudantes da escola e desde então estamos ensaiando pra uma apresentação que aconteceu ontem à noite. 

Foi a primeira apresentação que fiz com uma banda na vida! Tocamos três musicas e teve até direito à backing vocals. Eu estava um pouco nervosa e por isso perdi o controle de algumas notas e um dos guitarristas estava dopado de antibiótico. Foi a primeira vez pra todos nós e eu acho que apesar de umas notas não muito boas, no geral foi tudo lindo. Eu aproveitei bastante e to me sentindo estasiada até agora. Essa é realmente minha maior paixão, é o que eu sempre sonhei em fazer da vida e ontem foi o primeiro passo pra essa jornada. Ainda preciso melhorar muito, mas muito mesmo, mas estou feliz de não deixar o medo ou a insegurança me impedir de fazer o que amo. 


O marido filmou tudo mas eu ainda estou decidindo se quero postar ou não, já que está longe de ser perfeito e não sei se estou disposta à lidar com as criticas maldosas (criticas que não são feitas por pura maldade são sempre bem vindas ;-) Mas se muita gente quiser ver é só avisar que talvez eu faça um update e poste aqui.

---------------------------------------------UPDATE-------------------------------------------------------------

Tá bom, tá bom, vocês venceram! Aqui está o vídeo, assistam com carinho e não reparem nos deslises, lembrem-se que foi minha primeira vez em cima de um palco uma banda =)



Também recebi novas fotos hoje!!!


terça-feira, 21 de maio de 2013

Eargasm e outros tipos de orgasmo também....

Estou no meio de uma aula de Inglês na qual o único objetivo é ensinar esses holandeses, que estudam inglês desde a pré-escola, a ler e interpretar textos. E o pior de tudo é que essa aula é obrigatória e não tem como eu fugir dela. O nível dos textos é linguagem de blog e revista Cosmopolitan, quer dizer, nível básico do básico....então, ao invés de ficar fingindo que estou interessada em algo que já sei fazer há mais de 10 anos, eu estou aqui saboreando a coisa mais deliciosa dos últimos tempos.  

Não sei se já mencionei aqui o quanto sou fissurada no David Bowie, mas eu sou, desde novinha. Tem outro cara que também me fissura e ele é o Gary Oldman. Desde que vi Drácula, lá nos anos 90, ele se tornou meu ator preferido de todos os tempos! Só me empolguei com os filmes da série Harry Potter porque sabia que ele estaria lá, mesmo que em um papel pequeno. Não sou lá muito fã de caras com mais idade, mas gente, esses são talvez os dois homens mais sexy do planeta!

Foi por isso que eu quase morri quando descobri que o novo clipe do Bowie tinha a participação do Gary. O clipe foi lançado já tem umas 3 semanas e desde então eu tenho assistido ao menos uma vez ao dia. Mas a deliciosidade é tanta que eu preciso compartilhar com todas as pessoas que me conhecem. Porque né,  é algo necessário! Então, sem mais delongas, aí vai essa obra prima que me faz ficar toda....(insira aqui a maldade sexual de sua preferência hahahahah)


Aviso: se você se ofende com 'desrespeito' ao cristianismo, não veja esse clipe...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Pegaram meu teclado :-(

Quando eu mudei pra Bélgica um primo do Stefan me "deu" o teclado dele (eu to falando do instrumento musical e não do lugar que a gente digita). Desde o final de 2009 esse teclado tem sido meu companheiro de quase todos os dias. Ele me ajuda a treinar minha técnica vocal, me ajuda a escrever música e me ajuda a relaxar. Eu comprei uns métodos super legais e tava até aprendendo a tocar de verdade e não só fazer acordes pra acompanhar meus exercícios de canto. Amava ele e o usava pelo menos umas quatro vezes por semana. 

Nesse final de semana a família se reuniu aqui em casa pra comemorar o aniversário do maridoncio e o primo dele veio me pedir o teclado de volta...sniff. Na verdade ele nunca me deu dado mesmo, ele só me disse que ele tinha um teclado que não era utilizado e que eu poderia levá-lo pra casa. Na minha cabeça isso era dado, na dele isso era emprestado. Enfim, ele disse que estava precisando pra um projeto escolar e levou meu amiguinho embora. Foi triste ver aquela cena. Agora tá lá, o tripé (que na verdade tem dois pés) vazio ao lado de um microfone inconsolável. Triste! E o pior é que ele - o primo - não soube dizer se seria algo temporário ou permanente. Ele disse que se gostar do projeto escolar ele vai se dedicar a aprender o instrumento, se ele não se divertir fazendo o tal projeto talvez eu possa ter meu amiguinho de novo, mas vai saber. A verdade é que agora eu decidi que é hora de comprar o meu próprio amiguinho e não mais ficar dependendo do amiguinho de ninguém. O problema é que eu nunca comprei um teclado na vida, não sei nem o que procurar em um. Alguma sugestão? Estou aceitando ajuda hahaha. 

Então, alguns dias antes do sequestro do meu amiguinho eu estava estudando essa música pra minha aula de canto. É, na minha opinião, uma das músicas com a letra mais perfeitas já escrita no planeta. Fora que é uma das minhas bandas preferidas e eu os vi ao vivo no Graspop em 2010 e foi um show simplesmente perfeito! Dá uma olhada na letra e vê se você concorda comigo...

Amazing

I kept the right ones out
And let the wrong ones in
Had an angel of mercy to see me through all my sins

There were times in my life
When I was goin' insane
Tryin' to walk through
The pain

When I lost my grip
And I hit the floor
Yeah, I thought I could leave, but couldn't get out the door

I was so sick and tired
Of livin' a lie
I was wishin' that I
Would die

It's amazing
With the blink of an eye you finally see the light
It's amazing
When the moment arrives that you know you'll be alright
It's amazing
And I'm sayin' a prayer for the desperate hearts tonight

That one last shot's a permanent vacation
And how high can you fly with broken wings?
Life's a journey not a destination
And I just can't tell just what tomorrow brings

You have to learn to crawl
Before you learn to walk
But I just couldn't listen to all that righteous talk

I was out on the street
Just tryin' to survive
Scratchin' to stay alive

It's amazing
With the blink of an eye you finally see the light
It's amazing
When the moment arrives that you know you'll be alright
It's amazing
And I'm sayin' a prayer for the desperate hearts tonight

Desperate hearts (2x)
Did you wanna see without and give it out now
Oh, oh
Yeah, yeah
Oh yeah, yeah ya-ka-kow, ya-ka-ka-ka-kow

Oh, it's amazing

So, from all of us at Aerosmith
To all of you, wherever you are
Remember, the light at the end of the tunnel
May be you
Goodnight

Incrível

Eu deixei o certo de fora
E deixei as coisas erradas invadirem.
Havia um anjo de misericórdia, para ver-me através de todos os meus pecados.

Houve tempos em minha vida
Em que eu estava ficando louco
Tentando atravessar
A dor

Quando eu perdi o meu controle
E atingi o chão
Sim, eu pensei que eu pudesse partir, mas não pude sair pela porta

Eu estava tão doente e cansado
De viver uma mentira
Que eu desejava
Morrer

É incrível
Num piscar de olhos você finalmente vê a luz
É incrível
Quando chega o momento você sabe que vai dar certo.
Sim, é incrível
E estou fazendo uma oração pelos corações desesperados esta noite.

Aquele último tiro são umas férias permanentes.
E quão alto você pode voar com asas quebradas?
A vida é uma jornada, não um destino
E eu não posso dizer nem o que o amanhã trará.

Você tem que aprender a engatinhar
Antes de aprender a caminhar.
Mas há pouco eu não pude escutar aquela conversa correta

Eu estava nas ruas
Só tentando sobreviver
Superar pra ficar com vida

É incrível
Num piscar de olhos você finalmente vê a luz
É incrível
Quando chega o momento você sabe que vai dar certo
Sim, é incrível
E estou fazendo uma oração pelos corações desesperados esta noite

Corações Desesperados. (2x)
Vocês quiseram ver, de fora, e renderam-se então.
Oh, oh
Yeah, yeah
Oh yeah, yeah ya-ka-kow, ya-ka-ka-ka-kow

Oh! é incrível!

De todos do Aerosmith
Para todos voces, aonde quer que estejam
Lembrem se, a luz no fim do túnel
Pode ser você!
Boa noite!

*fiquei com preguiça de traduzir e copiei da internet, me processem...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Agora chega!!!

Uns quatro meses atrás um fenômeno aconteceu, um carinha chamado Michel Teló lançou mais uma musiquinha imbecil que seria o próximo hit do verão brasileiro. Até aí nada de novo, tudo normal. Até que uma semana antes do natal eu escutei essa música tocando em uma rádio holandesa. Mas apesar de ter desprezado a música, eu não achei que era nada de mais porque a música tocou no Serious Request (vou explicar sobre esse programa daqui a pouco porque acho válido falar sobre isso), então significa que alguém pagou pra ouvir a música no rádio e provavelmente essa pessoa (ou pessoas) era brasileira. Como eu praticamente quase nunca ouço estações rádio que tocam que tocam os "hits do momento" (só ouço a Veronica que toca música dos anos 80 e 90 e a Arrow que toca os clássicos do rock, também ouço muito a Kiss.fm de São Paulo), eu sempre acabo ficando por fora dos músicas que estão bombando por aí. Por isso não fazia idéia de que "Ai se eu te pego" tinha virado febre mundial. Na verdade eu nunca tinha escutado a música até esse fatídico dia no Serious Request. E foi depois desse dia que a coisa desandou severamente...

Eu e o maridoncio fomos passar o Reveillon na casa de um amigo dele, chegando lá ele vem todo feliz com seu celular pra me mostrar a musica super legal que ele conheceu à pouco. A empolgação dele se devia logicamente ao fato de eu ser brasileira e a música também ser brasileira. Eu ri da cara dele e disse que não era o meu tipo de música e que isso no Brasil é considerado lixo da pior qualidade. Daí ele me explicou que pra ele não interessa o que a letra diz, ele gosta do ritmo e da melodia e só (que apesar dos outros chamarem de sertanejo universitário, pra mim isso sempre será um forró bem porco). Enfim, essa foi só a primeira vez que alguém que me conhece veio me mostrar essa música com a maior empolgação do mundo e eu tive que explicar que isso não é considerado música boa por 98% das pessoas que eu conheço no Brasil. 

No início de janeiro começaram a surgir várias versões dessa música, tem versão em inglês, em francês, em polonês e o caralho à quatro. Mas a pior de todas é a em holandês, porque agora todo mundo aqui acha que a letra é uma tradução literal ao original e agora eles ficam falando que eu traduzi tudo errado de propósito só pra fazer eles pararem de ouvir a música.

Depois disso a febre começou a passar e o povo foi parando de falar sobre isso comigo, até que hoje no meu curso de holandês, uma colega marroquina que estava de férias lá e só voltou pras aulas hoje, veio toda contente me mostrar o maior sucesso nas paradas marroquinas no momento, e adivinha que música ela pôs pra tocar na maior altura no BlackBarry dela? Pois é, eu achei que estava livre disso, mas me enganei. Mas o pior não foi o episódio de hoje no curso e sim o episódio de ontem no trabalho. Depois de ter trabalhado 5 horas seguidas na rua num frio de -8ºC e louca de vontade de ir pra casa ficar quentinha, me vem uma colega de trabalho com um CD virgem na mão:
- Liss, você poderia gravar umas músicas do Michel Teló pra mim? Eu gosto tanto daquela que toca na rádio (porque ninguém aqui consegue pronunciar o nome da música)
- Olha, o problema é que eu não gosto das músicas dele, por isso eu nunca baixei nada e nem pretendo...
- Nossa, você só pode ser louca de não achar a música dele legal, ele é um gênio! E você é muito anti-social de não ter orgulho da cultura do seu país..
E assim ela saiu andando brava comigo e eu tenho a impressão que amanhã ela não me dará nem bom dia. 

Porra, eu adoro um tanto de banda brasileira, agora mesmo se você pegar meu MP3 player vai ter Cazuza, Barão Vermelho, Nenhum de Nós e Pato Fu. E até mesmo estilos que eu não gosto muito como Bossa Nova e MPB ou um samba de raiz, etc eu posso admirar se tiver tocando no lugar que estou, não é esse tipo de música que me irrita. Se um amigo holandês chegasse todo feliz porque descobriu uma música do Chico Buarque eu ficaria toda feliz por ele. Mas sabe o que os holandeses deveriam fazer com a música do Teló e sua versão holandesa? Enfiar lá no meio do * e me deixar em paz! Chega disso!!!! (que por sinal é uma música super legal do Skank hehe)

Agora abrindo parenteses pra falar do projeto Serious Request. Esse projeto começou à 8 anos quando um DJ da rádio 3FM resolveu descobrir como era passar uma semana inteira sem comer pra saber como as pessoas pobres do mundo se sentiam tendo fome o tempo todo. Então ele ficou uma semana só se alimentando de líquidos (absolutamente nada sólido) e filmando tudo que aconteceu com ele. No ano seguinte ele descobriu que as pessoas se interessaram tanto pelo "experimento" dele que começaram a fazer doações pra Cruz Vermelha. Por isso ele resolveu convidar mais alguns DJ's e transformar isso em um tipo de Reality Show. E foi assim que a Casa de Vidro surgiu. Todo ano, uma semana antes do natal, 3DJ's se trancam em uma casa de vidro e ficam uma semana inteira só se alimentando de líquidos. Nesse tempo tudo que acontece na Casa de Vidro é televisionado e também vai ao ar pelo rádio. Vários artistas e celebridades holandesas vão lá dá um apoio pra eles. E durante a semana várias ações são feitas em todo o país para arrecadar doações. E uma das maneira de doar uma grana pedindo uma música pra tocar durante o programa, assim você paga uma quantia de 25 euros por música. Depois de uma semana trancados na casa, eles saem e revelam quanto foi doado. Esse ano (2011) foram mais de 8 milhões de euros e toda essa grana vai pra Cruz Vermelha. É uma iniciativa super legal e eu acho que se todos os países "ricos" fizessem algo parecido, a pobreza acabaria no mundo. Pensa, se um país minúsculo como a Holanda consegue arrecadar 8 milhões em uma semana, imagina países grandes como a Alemanha, França, EUA, etc...seria magnífico! 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Metal é o meu barato....

O tempo passa, a gente cresce, amadurece, evolui, muda de opiniões, fica mais complexo e menos bobo pro mundo. Com isso nosso gosto musical também muda. Quebramos barreiras e preconceitos e aprendemos que musica boa é aquilo que nos agrada e não nos preocupamos mais se aquele "carinha super gatiz" vai te achar ridícula por gostar de banda X ou Y.

Meu gosto musical começou a ser formado bem cedo. Enquanto meus amigos ouviam Sandy e Junior, Trem da Alegria, Balão Mágico e outras coisas pra crianças (que eu também gostava, não nego), eu já era completamente apaixonada por artistas como Michael Jackson e Madonna. Naquela época (final dos anos 80, início dos 90) não existia uma definição clara entre os estilos musicais. Existia o "pop dançante," o "pop rock "e o "rock pesado". E nessa época eu gostava de todos esses estilos, afinal eu era criança e como toda criança, eu era movida por sensações e sentimentos, então eu gostava das musicas que me provocavam sensações e sentimentos que me agradavam.

Na minha casa as coisas sempre foram super diversificadas, minha mãe sempre foi puxada pro lado da MPB, meu pai sempre curtiu um rock clássico dos anos 60 e 70 e minha irmã mais velha era mais pro lado pop e dance da época. Foi então que em 93 ou 94, não lembro bem, meu cunhado entrou na história. Com brinco na orelha (na época ainda se falava brinco, ninguém falava piercing), calça jeans rasgada e camisa de banda. Sim, ele era o que a gente chamava de "metaleiro" e eu sempre achei ele foda! Era o irmão que eu sempre quis ter. Mas nessa época ser metaleiro não era algo definido, se escutava as músicas que caiam na definição "rock pesado" sem diferenciar se era hard rock, thrash metal, heavy metal ou grunge. Era tudo pesado, era tudo sujo, era tudo contraditório. 

Graças a ele eu conheci um monte de banda boa como Pearl Jam, Iron Maiden, Metallica, Guns'n'Roses (apesar dessa ser uma banda que eu não consigo levar a serio haha) e várias outras que até hoje estão entre as minhas preferidas ever! Em 1995 minha irmã se casou com ele (e estão juntos até hoje com dois filhos lindos) e no mesmo ano minha mãe colocou TV à cabo lá em casa. Na TV à cabo tinha um canal fodástico chamado MTV e nessa época o "rock pesado" dominava as paradas seguido pelo "pop rock" e somente um pouquinho do "pop dançante". Graças à MTV eu conheci melhor as bandas que tinha descoberto através do meu cunhado e descobri mais inúmeras bandas que mudaram meu conceito de "música boa". Os VJ's da MTV nessa época eram um caso aparte. Eu era louca por vários deles. Não perdia um Fúria com o Gastão Moreira, não perdia o Disk com a Sabrina Parlatore e a Soninha Francine era a minha preferida de todos!
 
Todos os programas eram bons, era música pelo menos 20 horas por dia e o resto eram desenhos nada bonitinhos como South Park e Beavis and Butthead. Tinha o Feijão, programa de musica alternativa. O Clássicos MTV com a "enciclopédia do rock" Fabio Massari. O Hits MTV com o Gastão Moreira que tocava o "novo rock" como Smashing Pumpkins e Garbage. Tinha também o Pé da Letra com as traduções das músicas (lembrando que Google nessa época ainda estava longe de existir). Enfim, tinha programas pra todos os públicos e gostos musicais. Eu amava a MTV e passava todo o meu tempo livre assistindo ao canal. 

Por volta de 98/99 as boy bands e hot chicks dominaram as paradas junto com a música brega brasileira, de lá pra cá foi só declínio e a MTV perdeu toda a sua essência, dizem que nem clipes passa mais, não sei, não vejo MTV desde 2000 e aqui na Holanda só passa os fake reality shows comprados da MTV USA, um lixo!

Enfim, meu gosto musical era livre e sem preconceitos. Se eu gostasse da musica ou do artista eu não tinha vergonha de dizer. Eu era uma pessoa que tinha na minha coleção de fitas K7 e discos de vinyl (sim, isso mesmo, cds só em ocasiões especiais porque eram caros e MP3 ainda não existiam) bandas como Metallica e Slayer e também Hanson e Ace of Base. Pra mim não tinha nada de mais gostar de metal e pop, era algo normal. 

Até que em 2000 eu entrei pro ensino médio e lá as definições sobre estilos musicais começaram a ficar mais claras pra mim. No colégio a turma skatistas juntava num canto, a turma do hip hip no outro canto, os grunges estavam se extinguindo e a turma do metal se unia. Como eu não gostava de hip hop e de musica de skatista, eu acabei me juntando com a turma que gostava de metal. Mas pra fazer parte dessa turma eu paguei um preço não muito barato. Eu tive que me "reinventar". Primeiro paço foi começar a andar só de preto, cinza, vermelho ou roxo. Nenhuma cor além dessas era permitida. Segundo passo foi começar a só ouvir músicas com a definição "metal". Significava que tudo que eu gostava musicalmente que não se definia como metal, eu teria que parar de gostar.  Nem o hard rock era aceito. Tinha que ser metal, thrash metal, heavy metal, doom metal, death metal, black metal, symphonic metal, gothic metal, etc. A única coisa que era aceitável além do metal era a música erudita, porque se você gostasse de musica clássica, seria considerado super inteligente e cool.  Nessa época, eu tive que esconder meus cds, fitas e vinyl's das coisas que eu gostava e que não eram metal. Ficava tudo escondido no maleiro do meu armário. Ai de mim se algum dos meus "amigos" vissem que eu tinha um cd dos Hanson. Era a morte pra mim!

Mas o segundo grau passou, minha adolescência acabou e eu percebi o quanto é estúpido mudar sua personalidade e seu jeito de ser pra ser aceito por pessoas que no fundo você nem liga. Com os anos eu descobri que amizade de verdade te aceita exatamente do jeito que você é, sem se importar com o tipo de musica que você ouve ou as roupas que você usa. 

Nos últimos anos eu tenho retornado às minhas raízes musicais. Coisas que me faziam vibrar antes de eu começar a me importar com o que os outros pensavam de mim. E comecei a me permitir gostar  de várias coisas novas também. Não quero ser do tipo de pessoa que só gosta de musicas "do meu tempo" sendo que tem tanta coisa boa aparecendo por aí. 

Mas mesmo com essa volta às minhas raízes, eu percebo que apesar de tudo é o metal que mais mexe comigo, que mais me faz vibrar e é ao metal que eu dedico a maior parte do meu tempo. Acho que está no meu sangue gostar de metal. Shows de metal são sempre os que entram no top da minha lista de melhores shows que já assisti. Amo o metal mais do que qualquer outro estilo musical e acho legal que hoje eu consiga admitir isso por mim mesma e não por pressão de pessoas do meu grupo social. 

Houve uma época (na minha transição pra deixar de ser gótica) em que eu até tinha vergonha de admitir que gostava de metal, não queria que as pessoas pensassem que eu ainda era aquela adolescente revoltadinha. Mas hoje em dia, quase 10 anos após o fim da adolescência, eu posso afirmar sem medo que no meu MP3 Player tem Mika, Hanson, Ace of Base e coisas do tipo, mas também tem Slayer, Dio, Metallica, After Forever e vários outros. Metal é o estilo que eu mais gosto, mas não é o único estilo que gosto. E sou feliz por ter me libertado dos preconceitos e medos. Música é a minha vida e a minha maior paixão! E eu não tenho mais medo de ser quem eu sou...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Estudando música

Essa semana eu fui assistir ao filme Black Swan e esse filme me deixou com muita coisa pra pensar, muita coisa pra concluir sobre o tempo em que dediquei minha vida à música erudita.

Trailer de Black Swan

Se você acompanha esse blog, sabe que eu vim pra Holanda pra fazer faculdade de música. Se tiver interesse de saber como e quando, é só dar uma olhada na minha bio aqui no site.

Como escrevi na bio, eu comecei a estudar canto por que queria me tornar uma vocalista de uma banda de rock/metal, mas acabei seguindo o conselho da minha professora e fui estudar canto lírico, já que além da minha voz ser bem volumosa e cheia, canto lírico era a única possibilidade de eu tentar fazer uma faculdade de canto em Belo Horizonte. 

Comecei minhas aulas de canto lírico no final de 1999, com 15 pra 16 anos. Em 2000 comecei o ensino médio e nessa época descobri as bandas Nightwish, After Forever, Within Temptation e várias outras, todas elas com vocal lírico (ou tentando ser).  Algum tempo depois várias meninas "goticazinhas" começaram a estudar canto lírico também, algumas eram muito boas, mas a grande maioria era de dar dor de cabeça.

Em dezembro de 2002 eu me formei no ensino médio e fui fazer cursinho pra passar no vestibular. Junto com o cursinho eu trabalhava, cantava em coros renomados e estudava canto lírico com professores super respeitados no país. Estava tudo indo no caminho certo, fiz a prova na UFMG das matérias escolares (port, mat, hist, etc) e as provas de canto e percepção musical. Nas provas musicais e nas das matérias de humanas e línguas eu fui super bem, tirei uma nota super legal e estava super satisfeita, mas nas provas de matemática e química eu fui pessimamente mal e por causa disso não passei pra segunda etapa. Como eu peguei o resultado da prova da UFMG na véspera da prova da UEMG, fui fazer a prova super triste e acabei cometendo vários erros e não passei na UEMG também. 

No ano seguinte eu não pude continuar fazendo cursinho, mas entrei pra vários coros naquele ano e continuei a fazer aulas de canto com ótimos professores. Mas adoeci na época do vestibular e por causa disso não passei pra segunda etapa novamente. Foi nessa época que eu comecei a ficar de saco cheio desse mundo da musica "clássica". Nunca foi minha praia, nunca foi meu sonho e ainda por cima tinha um tanto de gente  sem o menor talento fazendo a mesma coisa.

Então eu resolvi entrar pra um coro mais amador só pra descontrair e comecei a fazer aulas com um professor mais pop também, mas continuei nos coros profissionais e fazendo aulas de canto lírico até o final de 2007. Foi em dezembro desse ano que eu resolvi desistir de vez do canto lírico e ir seguir meu real sonho de ser uma vocalista em uma banda de rock/metal. Por causa disso, em abril de 2008, eu fiz minhas malas e vim pra Holanda já que nesse país existem pelos menos umas 15 faculdades de música e todas elas têm, além da música erudita, cursos pra quem quer seguir carreira no mundo pop/rock.

Mas agora vem o porque do filme Black Swan ter mexido comigo. Nesses 8 anos que me dediquei à música erudita, eu vi coisas terríveis acontecerem com pessoas que queriam ser perfeitas, assim como a personagem de Natalie Portman no filme (dançarina de balé clássico). Nesse mundo da música "clássica", se você acerta você será idolatrada, mas se você erra você será apedrejada até a morte. Não existe meio termo. Não existe "ser boa o suficiente". Tem que ser PERFEITO! É muita competição e muita comparação. E isso nunca foi pra mim, nunca tive a pretensão de ser perfeita, de ser melhor do que a fulana, de ser a mais fodona. Pra mim, ser boa já bastava. Sempre bastou. Mas nesses 8 anos eu tive que aprender a pensar na perfeição e agora isso tem me atrapalhado.

No último mês eu andei procurando uma boa professora de canto pra me preparar pra entrar pra faculdade ano que vem (após 3 anos aprendendo holandês pra poder estudar numa faculdade daqui) e fiz algumas aulas teste com professoras que usam técnicas diferentes. TODAS elas me disseram que a minha técnica lírica está me atrapalhando de me soltar, de mostrar quem eu sou através do meu canto. Todas elas me disseram que no pop/rock/metal não é necessário ser perfeito, ser bonito, ser preciso. É necessário ser bom e só! E é por causa disso que eu comecei a estudar música em primeiro lugar, pra ser boa no que faço. Pra ser uma boa front woman de uma boa banda e nada além disso. Mas todos esses anos convivendo com uma perfeição impossível de ser alcançada, acabaram com meu espírito de liberdade musical. 

Agora, aos 27 anos de idade, depois de praticamente 15 anos estudando música, eu tenho que "reaprender" a cantar, não tecnicamente falando, mas emocionalmente. Tenho que cutucar aquela menina de 13 anos que não se importava com a opinião dos outros e cantava por amor a música e gratificação pessoal. Tenho que voltar aos primórdios da minha vida musical, antes da idéia de perfeição começar a me assombrar. Será que vou conseguir apagar 8 anos de "lavagem cerebral"? Tomara que sim. Tomara que alguns meses de preparação pra faculdade e mais 4 anos estudando na faculdade e 2 de mestrado consigam me fazer encontrar a adolescente perdida em mim....


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Trilhas sonoras de filmes clássicos...

Hoje eu (que estou de férias da escola essa semana e finalmente tenho tempo pra escrever aqui) acordei com vontade de ouvir trilhas sonoras. Comecei somente com temas dos meus filmes preferidos, aí fui pra academia, voltei, tomei banho e fui estudar um pouco de holandês. Como eu não consigo me concentrar com silencio e músicas com letra me distraem (sim, eu começo a cantarolar e acabo não estudando), eu sempre procuro colocar algo instrumental. Normalmente as opções são sempre meus queridos compositores eruditos, mas as vezes eu fico com vontade de me transportar pra um mundo que não está só na minha imaginação, mas também na minha memória. Pra embarcar neste mundo eu sempre me refugio nas trilhas sonoras de grandes filmes. 

Geralmente, grande parte de um filme ser bem sucedido se deve a sua trilha, principalmente quando se trata de filmes de fantasia ou aventura. Pra mim uma trilha bem escrita tem tanto valor quanto as grandes obras dos meus amados Mozart, Schubert, Bach, Vivaldi e tantos outros. Uma boa trilha sonora me faz vibra tanto quanto qualquer peça escrita por um dos grandes nomes da musica erudita. Só que eu creio que trilhas sonoras têm um ponto a mais que as demais peças, elas foram feitas pra contar uma história que já existe e que vc, além de ouvir, vai visualizar na tela e aquele filme vai se tornar parte da sua memória e muitas vezes da sua personalidade.

Eu até tenho meus compositores preferidos de trilhas sonoras, entre eles:
   -Hans Zimmer, que a quase três décadas vem escrevendo obras primas pra filmes como: Rain Man, The Lion King, As Good As It Gets, The Thin Red Line, Prince Of Egypt, Gladiator, Pearl Harbor, Pirates Of The Caribbean (uma das minhas preferidas), Simpsons The Movie e várias outras.
   -Howard Shore, este menos popular que o ultimo, mas com uma bagagem enorme de trilhas perfeitas como: Ed Wood, Seven, That Thing You Do (que eu amo!), Dogma, The Aviator e varias outras, incluindo a minha preferida de todas, LORD OF THE RINGS! Não há como explicar o quanto ele me faz delirar com essa trilha, estou realmente feliz que ele foi o escolhido pra fazer a trilha de The Robbit.
   -John Williams, por fim o meu favorito de todos os tempos! Este compôs talvez as trilhas mais marcantes que existem até hoje. É simplismente impossível não reconhecer os temas que eles escreveu. Queridinho de Spielberg e George Lucas, foi ele que escreveu eternos clássicos como: Star Wars Saga, Jaws, ET, Jurassic Park, Indiana Jones, Home Alone e Harry Potter. Pra mim esse cara é o mais foda no mundo das trilhas sonoras, ninguém consegue fazer temas que marcaram tanto nossas vidas como ele. 
Todos os citados acima são ganhadores de Oscar's e Golden Globe's por suas trilhas. Eles são realmente os meus preferidos, mas existem outros que eu gosto muito também. Agora eu me pergunto, será que todos esses filmes que eu citei acima (principalmente os que o John Williams compôs) teriam tamanho sucesso se tivessem trilhas diferentes, ou se não tivessem uma musica tema de tanto impacto? Eu acredito que não, pra mim a trilha é responsável por pelo menos uns 40% por sucesso do filme. 

E pra finalizar, eu gostaria de expor meu lado geek (eu não sou nerd porque odeio estudar, mas sou geek porque gosto de todo o resto haha) e dizer que eu sou expert em reconhecer temas e trilhas de filmes. É só me mostrar alguns compassos da música que eu vou saber imediatamente de qual filme que é, quando toca do filme (tema de quem ou de onde) e quem escreveu a música (bom, isso eu não acerto sempre haha). Podem testar hehehe