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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bicicleta é coisa do capeta!!!

Foto do "estacionamento" de bikes na estação central de Amsterdam
Não se assuste com o título, por favor. Mas hoje eu cheguei ao meu limite com minha guerra contra bicicletas. Uma guerra que já dura mais de três anos. Na verdade, se eu for analisar bem, eu acho que minha relação com bicicletas nunca foi das melhores. 

Vamos por partes: quando eu tinha por volta de 7 ou 8 anos, meu pai me ensinou a andar de bike. Bom, na verdade ele me ensinou a manter a bike em movimento, em uma linha reta, sem perder o equilíbrio. Talvez seja porque eu era muito novinha, eu não consigo me lembrar se ele me ensinou a fazer a bike começar a se movimentar, agora que eu penso nisso eu acho que ele sempre me segurava no início até eu pegar velocidade e aí ele me soltava. Então, eu nunca aprendi como realmente andar de bike, e sim como a fazer continuar indo em frente. E é provavelmente por causa disso que toda vez que eu começo a fazer a maldita se movimentar ela vai em zigzag até pegar velocidade.

Outra coisa, na minha cidade (Belo Horizonte) ninguém usa bikes como meio de transporte, tanto por causa da quantidade de morros quanto pelo risco de sua bike ser roubada. Eu morava no bairro Santa Efigênia e meu pai me ensinou a andar na pista de cooper da Av. dos Andradas (não sei se a pista ainda existe). Essa pista consistia de 2km fechados para o trânsito e era a única parte do meu bairro que era plana. Então eu só andava de bicicleta lá e nunca tive que lidar com carros e pedestres. E depois que meus pais se separaram (quando eu tinha 9 anos), eu nunca mais subi numa bike.

Quando eu tinha 11 anos eu fui passear no sítio do meu avô e lá eu resolvi pegar a bicicleta do meu primo que era enorme e andar pelo sítio. Mas como eu nunca fui lá uma grande ciclista, eu não perguntei coisas do tipo: "Como faz para frear?". Sem contar que, além da bike ser enorme, eu fui direto numa descida e conseqüentemente acabei cabeceando uma pobre árvore e isso me rendeu sete pontos bem no meio da testa. Não, eu não estou exagerando, eu tenho uma cicatriz bem no meio da testa, o que hoje em dia é até legal porque eu posso brincar que sou parente do Harry Potter mas acredite, no ano de 1995 eu não achava legal, ainda mais porque o casamento da minha irmã seria em poucos dias e eu saí em todas as fotos com um curativo enorme na testa. Enfim, no início a cicatriz era horrenda! O negócio era um roxo escuro que começava entre as duas sobrancelhas e ia até a linha do cabelo. Mas com o tempo ela clareou e ficou exatamente da cor da pele e eu cresci alguns milímetros de lá pra cá e hoje em dia mais da metade dela está na raiz do cabelo e a parte que sobrou na testa é quase imperceptível. Já faz uns 10 anos que ninguém aponta pra minha testa e pergunta o que é isso, então tá de boa.

Bom, depois desse acidente eu e minha mãe decidimos que era hora de nos livrarmos da minha bike. Ela nunca mais tinha sido usada mesmo e não seria naquela época que eu iria voltar a usá-la, né? Então ela foi vendida. Anos e anos se passaram e eu nunca mais me preocupei em ter uma bike, na verdade sempre achei algo bem inútil. Mas isso tudo mudou no ano de 2008 (mais de uma década depois) quando eu vim morar na Holanda.
Sim, a Holanda é o país que tem mais bikes por km² do mundo, a estimativa é de duas vezes mais bicicletas do que pessoas. Bike aqui é muito mais que lazer ou brinquedo, é o segundo meio de transporte mais usado pelos holandeses. Faça chuva ou faça sol, neve, gelo, furacão, seja lá o que for, lá estão os holandeses em cima da bike. Eles usam a danada pra ir para o trabalho, vão para a escola de bike, até para o buteco lá vai a holandesada de bike. É um tal de carregar um carona na bike, falar no celular andando de bike, carregar objetos grandes e pesados na bike. Provavelmente porque o país é tão plano, andar de bike é algo tão comum quando comer batata. 

Quando eu me mudei pra cá eu morava em Amsterdam e no meu aniversário de 25 anos eu ganhei uma linda bicicleta do meu marido (então namorado). A bike era linda, pequena, dobrável, e super confortável. Mal sabia eu que esse seria o início do meu maior tormento: ANDAR DE BICICLETA NO MEIO DO TRÂNSITO!! Sim, essa é uma das minhas maiores fontes de estresse e eu simplesmente não consigo passar por isso sem ter mini ataques do coração. É horrível! Mas como o transporte público é caro e as distancias não são curtas o suficiente para ir andando, muitas vezes a única maneira é ir de bicicleta. No tempo em que eu morava na Bélgica pro exemplo, a distancia da nossa casa até minha escola andando era de quase 40 minutos, mas com a bike não demorava nem 15. E como não tinha nenhum transporte público que conectava os dois pontos, só dava mesmo para ir com a maldita bicicleta.

Essa bike ficou comigo por dois anos e meio, mas ela estava muito danificada. Em Amsterdam ela tinha que ficar do lado de fora pegando sol e chuva e por isso enferrujou toda. Então no inicio desse ano eu comprei uma nova, só que essa é maior do que eu estava acostumada. Eu já levei vários tombos nela e só de pensar que eu tenho que usar a bike pra ir à algum lugar eu já fico toda nervosa. Hoje eu e o Stefan decidimos pela primeira vez ir de bike para a academia (porque o nosso carro já era, foi mandando pro ferro velho, mas isso é assunto pra outro post), só que eu nunca precisei usar a bike pra uma distancia tão grande, 3,5 km. O combinado era encontrar com ele lá porque quando ele volta do trabalho o trem para ao lado da academia. Nossa, foi a gota d'água. Eu sozinha naquela distancia toda, numa bike que me odeia tanto quanto eu odeio ela, foram 3 tombos num espaço de 10 minutos. No meio do caminho, depois de ter machucado feio a minha perna, eu decidi descer da bike e ir andando empurrando ela. Então o Stefan me ligou para saber porque eu estava demorando tanto e eu desabei a chorar, dizendo que eu ia jogar a bike no canal. Sério, se ele não tivesse vindo me encontrar eu juro que a diaba estaria no fundo da agua numa hora dessas...

Infelizmente eu não posso desistir de usar essa porcaria como meio de transporte, mas eu posso vim xingar muito no blog haha....

3 comentários:

  1. Liss, tomei um tombo de bike a uns 3 meses atrás que meu joelho ainda está cicatrizando de tão feio que foi a coisa. Juro na hora que voei da bike o povo queria me levar pro hospital, tá lá parada, quebrada e não to com vontade nenhuma de arrumar, e o medo de acontecer de novo?

    beijao

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  2. ADORO a minha bike! Vermelha e com certinha... Sempre andei de bicicleta, mesmo tendo sido criada em São Paulo. Foi meu pai que me ensinou a andar e eu nunca parei (passando depois pros patins e agora, no inverno, pros esquis).

    Eu ando 8 km todos os dias pra ir pra usina nuclear, onde trabalho.

    Onde voce morou na Bélgica?

    Eu ainda estou sofrendo pra aprender flemish... lingua doida, sô! Sem contar que eu sempre troco as palavras com o sueco...

    É muita lingua pra uma cabeça só!

    sorte com a bike! =)

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  3. eu queria estar ai , pedalo desde os tres anos, tenho 52, ando 60 km nos fins de semana, na minha cidade tem tanto carro e engarrafamento, se andar de bicicleta arrisca ser atropelado nos dias de semana, a cidade é que nem a Holanda, sem subidas e descidas, to travando uma guerra contra os carros, mas financiam eles em 60 e 70 vezes, e é simbolo de status, o sujeito fica sem comida, mas anda de carro. Ai não existe triciclo para adulto??

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