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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Agora é com vocês!

Oi gente, estou tentando manter esse blog mais ativo e novamente estou falhando. Tive umas semanas meio apertadas no estágio e a vida social anda meio agitada também, teve aniversário, teve dois shows, teve festival (à trabalho), teve saída com os amigos. Então acabou não sobrando muito tempo pra escrever aqui. Mas eu quero mesmo voltar a escrever ao menos uma vez por semana e por isso preciso da ajuda de vocês. Eu tenho uns assuntos que estou planejando escrever e gostaria que vocês me ajudasse a planejar a ordem em que os escreverei.

As opções são
- Como estou lidando com o fato de ter ganhado 20kg desde que mudei pra Holanda
- Bandas que mais marcaram minha vida - The Gathering e Anneke van Giersbergen
- Procurando sentido nas coisas que faço
- Vivendo com depressão clínica
- Solidão crônica e sensação de inferioridade
- Aprendendo à trabalhar na Holanda
- Como lidar com ansiedade social
- Passando do 30 e ainda descobrindo o que quero ser quando crescer

Então é isso, vou escrever na ordem em que os tópicos forem pedidos. Agora é com vocês! hahahaha

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Fim do Orkut e amizades virtuais

Semana passada o Orkut deu seu ultimo suspiro de vida. Foram dez anos que mudaram a maneira com que os brasileiros se relacionam com as redes sociais e a maioria de nós ainda acha que o Orkut era infinitamente melhor que o Facebook. O Orkut oferecia inúmeras possibilidades de interação que o Facebook não oferece (ou começou a oferecer pouco tempo atrás). Muita gente assim como eu acredita que o Facebook seja uma plataforma mais pra ficar vendo o que os outros estão fazendo do que pra criar um diálogo verdadeiro. Quem aqui já não perdeu noites de sono discutindo um ponto de vista em alguma comunidade do Orkut? Agora, quem já fez o mesmo em um grupo do Facebook? Talvez porque estamos ficando mais velhos e isso tudo não importa mais, ou porque sabemos que tudo que fazemos no Facebook está sendo documentado. A verdade é que o nível de engajamento entre as duas plataformas é completamente diferente. Eu, como estudante de comunicação com especialização em mídia digital, posso dizer que o Facebook frustra e nos compele a viver num mundo onde nos esforçamos pra impressionar quem nos segue. O Orkut tinha um pouco essa função, mas a interação nas comunidades era o alvo e não o compartilhamento dos acontecimentos de nossas vidas. O foco do Orkut era conectar pessoas, o do Facebook é mostrar as coisas que você faz ou até o que você pensa. Não que isso seja necessariamente ruim, só não é tão legal e motivador quanto passar horas discutindo aquela série que você ama ou aquela banda que mudou sua vida. 
Enfim, uma das coisas que nos deixa mais saudosos do Orkut são as pessoas que conhecemos por lá. Eu fiz grandes amigos por lá e um dos namoros mais longos que já tive também começou em uma das dezenas de comunidades que eu fazia parte. Conheci gente de Belo Horizonte que acabaram virando meus amigos na "vida real" também e conheci gente do Brasil inteiro (e até do resto do mundo) que viraram amigos virtuais muito queridos. A maioria dessas pessoas eu ainda mantenho contato. Quando mudei pra Holanda pra ser au pair, 80 por cento das informações que consegui foram nas comunidades de au pair daqui. Também quando mudei pra Bélgica pra conseguir um visto de permanência, comunidades como a Brasileiros na Bélgica me deram várias dicas úteis. O Orkut era quase uma plataforma de utilidade pública! 

Por anos as comunidades que mais tomaram meu tempo eram das séries Lost e Supernatural. Lá eu passava várias horas diariamente, especulando, bolando teorias, falando sobre episódios passados, falando sobre os atores, etc. Foram noites sem dormir conversando (e as vezes brigando) nos tópicos de ambas comunidades. Mas a comunidade que mais me marcou, que sempre foi a mais querida, foi a da banda After Forever. Já falei aqui sobre o quanto essa banda foi importante na minha vida e que foi um dos fatores de eu ter escolhido a Holanda pra morar. Essa comunidade foi transferida pro Facebook com vários membros originais e alguns novos. Nessa comunidade eu conheci pessoas incríveis! Tenho um carinho enorme pela maioria dos membros e o nosso relacionamento é muito legal. Infelizmente todas essas pessoas queridas só fazem parte da minha vida virtualmente.

De todas essas pessoas especiais que conheci lá, a mais querida de todas foi a Laís Tomaz. A Laís e eu começamos a nos falar com mais frequência por volta de 2009, quando ela montou um fã-site sobre a Floor Jansen, vocalista do After Forever. Nessa época eu estava começando a estudar holandês e a Laís pediu minha ajuda pra traduzir algumas entrevistas e artigos pro site (pra quem não sabe os membros do After Forever são holandeses). Eu aceitei pois vi como uma boa oportunidade de praticar meu holandês e também porque sempre achei a Laís bem legal. Mas nessa época era só isso mesmo, uma garota legal da comunidade. Nós começamos a nos comunicar com mais frequência via chats e outras redes sociais, no começo falando mais sobre musica e sobre canto (ela também estuda canto). Depois de uns meses conversando com certa frequência eu já me sentia a vontade de falar de coisas mais pessoais. O relacionamento foi progredindo naturalmente, a gente se falava cada vez com mais frequência e por mais horas e cada vez tocando em assuntos mais pessoais. A Laís é 8 anos mais nova que eu, mas quando eu converso com ela eu nunca vejo diferença nenhuma pois ela tem mente aberta e experiência de vida. 

De 2009 pra cá muita coisa aconteceu tanto na minha vida quanto na dela, mas ambas passamos por todo o processo juntas durante esses anos. Sinto que crescemos juntas, temos uma visão bem parecida do mundo e até nossas frustrações são mais ou menos as mesmas. Quando algo bom acontece comigo ela é uma das primeiras pessoas com quem quero compartilhar e quando é algo ruim, eu quero correr pra desabafar com ela. Sempre tive a sensação de que ela me entende e ela sempre tem o poder de me fazer sentir melhor quando eu to pra baixo. 

Porém até esse verão a Laís era só um bando de palavras GTalk e fotos nas redes sociais, ela sempre foi virtual e por mais que nosso relacionamento fosse genuíno, ele nunca teve a parte física de ir afogar as mágoas num boteco, de ir à shows juntas, de bater perna pela cidade, de ir ver um filme. Nenhuma das coisas que uma amizade "normal" tem. Até que ano passado em agosto ela me mandou uma mensagem pra informar que estava vindo pro festival Wakken na Alemanha e depois viria passar uns dias na minha casa. Eu entrei em êxtase!! Fiz questão de montar o quarto de hóspedes pra ela (que até então tava cheio de caixas e bagunça que não tinha lugar no resto casa), fiz um roteiro de lugares pra levar ela pra conhecer, entupi ela de dicas de viagem e de festivais. Passamos um ano inteiro planejando essa viagem, eu nunca quis tanto conhecer alguém pessoalmente quanto ela. 

No inicio de agosto desse ano ela finalmente chegou com o namorado. Eles ficaram só 4 dias, foi o suficiente pra levar eles pra conhecer Rotterdam e Amsterdam e pra nos divertir e conversar muuuuuito. Apesar de quatro dias ser extremamente pouco, ela tava alí, real, de carne e osso. Eu tava com medo da situação ser meio constrangedora, tipo passamos 5 anos conversando praticamente todos os dias por horas seguidas, daí nos vemos pessoalmente e não temos nada pra conversar. Mas foi bem o contrário disso, pareceu que nos ver pessoalmente era algo normal que acontece com frequência. Não houve um momento sequer que a gente não ficou à vontade em ter ultrapassado o virtual e tornado tudo real. Quando ela foi embora ficou um vazio enorme por vários dias, a sensação de estarmos perdendo toda essa experiência de estar juntas e fazer coisas que amigas "normais" fazem. Eu confesso que chorei uma tarde inteira só de pensar que não faço ideia de quando eu a verei pessoalmente de novo, até agora escrevendo esse texto uma lágrima acabou de descer pelo meu rosto só de pensar nisso. A vontade que tenho é de entrar no próximo avião pra São Paulo só pra ver ela, ninguém mais, só ela.

Logo depois que ela voltou pra casa foi meio estranho voltar a falar só pelo GTalk e por redes sociais, ficou uma sensação imensa de que aquilo não era mais suficiente. Mas agora, alguns meses depois, já está tudo normal novamente. Continuamos conversando várias horas por dia e continuamos compartilhando tudo que acontece na vida. Mas agora sabemos que virtual não é suficiente e sabemos que nossa amizade é de verdade, por isso já estamos pensando em novas possibilidades de nos vermos o mais rápido possível. E sim, uma pessoa pode se tornar extremamente importante na sua vida sem você nunca ter conhecido pessoalmente. Amor transcende até as barreira físicas. E sim, eu tenho plena consciência de que esse post saiu bem lésbico e meloso, mas nem ligo :-P

Amizades "normais" não são a única opção e se não fosse pelo Orkut eu nunca saberia disso....

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Rhodos, Rhodes, Rodes....old town e acropolis de Rhodos

Enfim chegamos à ultima parte da minha viagem pela ilha de Rodes. Quem dera que a minha viagem tivesse durado o mesmo tanto que contar sobre ela tá durando. Nesse post vou contar sobre um dos lugares históricos mais impressionantes que já fui na vida, a Old Town (cidade medieval) dentro da cidade de Rhodos. Também vou contar sobre a ultima Acrópolis que visitamos na ilha, que também fica situada na cidade de Rhodos. 

Aqui eu contei um pouco sobre a história da cidade medieval de Rhodes, então vamos pular essa parte e ir direto ao que interessa. Queríamos chegar lá bem cedinho antes do comercio abrir e os ônibus lotados de turistas chegassem. Chegamos por volta das 9 da manhã e a cidade era nossa! Foi uma delícia andar e tirar fotos sem ter que brigar por espaço.

Dubrovnik na Croácia
Minha primeira impressão foi: ESTOU EM KING'S LANDING!!!! As muralhas, as ruas super estreitinhas, as casinhas medievais e o castelo que poderia muito bem ser o Red Keep. Fora a vista pro porto que poderia ser o Black Water que banha a cidade. Eu sei, eu sei, to aqui falando de Game of Thrones e talvez você nem seja fã. Sem contar que King's Landing já existe na cidade de Dubrovnik na Croácia, onde a séria é filmada. Mas eu garanto que a cidade medieval de Rhodos poderia muito bem servir de cenário pra série.

Eu já conheci várias cidades medievais, a maioria na Bélgica e Holanda, mas também na Suiça e República Tcheca. Muitas dessas cidades são maravilhosas! Mas nenhuma nunca me deu a sensação de estar num filme medieval tanto quanto Rhodos, acho que foi por causa das muralhas ao redor da cidade. Cada ruazinha, cada prédio, cada portaria, tudo me encantava e me fazia voltar lá no século 12. Gostaria que as fotos que fiz pudessem capturar a magia de estar lá, mas infelizmente acho que meu modesto celularzinho não deu conta do recado, mas eu juro que tentei...
Portão principal de acesso por terra
Knight Street (rua dos cavaleiros) onde ficavam os hotéis de cada país que fazia parte das cruzadas
Portão bonito
Uma das várias ruazinhas da cidade. Essas portinhas são casas onde ainda moram pessoas
Entrada do Red Keep...não, pera, entrada do palácio do Crusade Master (mestre das crusadas)
Entrada do palácio do Crusade Master (mestre das crusadas)
Dentro do palácio
Dentro do palácio
Tá vendo, não fui só eu que me senti em King's Landing
Saída pro mar
Portão principal de acesso por mar
Entrada do museu arqueológico (antigamente era um hospital)
Dentro do museu arqueológico
Dentro do museu arqueológico
Dentro do museu arqueológico
Vista da muralha pelo lado de fora
Segundo portão de acesso por terra
Torre bonita
Esse foi provavelmente um dos passeios mais inspiradores que já fiz, saí de lá querendo escrever um livro de fantasia com esse cenário em mente. Passamos boa parte do dia lá, passeando pelas ruazinhas e olhando as lojas e os cafés/restaurantes. Quando tudo começou a ficar insuportavelmente cheio e o calor começou a fritar a pele voltamos pro hotel, pegamos o carro e fomos passar a tarde na praia de Kamiros. Ficamos lá até o sol se por e jantamos por lá mesmo, um dos peixes mais deliciosos que já comi na vida! 
Que vida difícil essa....
No dia seguinte não tínhamos carro mais, então decidimos fazer um tour de barco pela ilha de Symi que fica mais ou menos duas horas de viagem. Mas a gente é anta e não perguntou com antecedência como esse passeio funcionava e quebramos a cara. O chegamos no porto por volta das 10:30 jurando que tinha um passeio a cada hora ou algo do tipo, mas na verdade o passeio sai uma vez ao dia, às 10 da manhã, e retorna no fim da tarde. Então lá se foram nossos planos. Ficamos sem saber o que fazer, então descobrimos que ainda faltava uma acrópolis pra visitar (que não é mencionada em nenhum dos livros ou sites que pesquisei). Descobrimos que tem um ônibus que nos deixa lá perto e resolvemos ir. Ainda bem que fomos porque mesmo não sendo uma acrópolis impressionante, a vista é bem bonita. Subimos a montanha, tiramos fotos, ficamos admirando a vista e depois resolvemos voltar pra cidade caminhando.  








De tarde fomos à praia em frente ao hotel e depois jantamos no restaurante ao lado do hotel. No dia seguinte de manhã cedinhos voamos de volta pra casa e esse foi o final do nosso passeio maravilhoso pela ilha de Rodes. Eu fiz muitas fotos, muitas mesmo! Selecionei as mais legais pra postar aqui, mas tem um álbum no meu facebook com muito mais. A ilha é maravilhosa e tem atividades pra todos os gostos, tem natureza, tem praia, tem história, tem comida boa e tem vida notura. Espero voltar lá um dia, talvez com uma câmera melhor pra registrar toda a beleza da ilha. Foi um passeio inesquecível! E pra finalizar, fotos de alguns dos gatinhos que encontrei por lá ^.^